Da compaixão à incompaixão
o relacionamento de Otelo e Desdêmona apropriado por Álvares de Azevedo
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v13i28.p174-190Palavras-chave:
Álvares de Azevedo, Estética da recepção, Intertextualidade, Literatura comparada, OteloResumo
João Caetano, ator carioca e criador do teatro brasileiro, em 1835, encenou e dirigiu em São João de Itaboraí, Rio de Janeiro, Otelo de Ducis. Por intermédio dessa encenação, muitos se interessaram pelo drama, tornando-se foco de leituras, estudos, encenações e imitações por vários dramaturgos e escritores, a exemplo de Álvares de Azevedo (1821-1852). Esta pesquisa se alinha à Literatura comparada e à Estética da recepção com o intuito de estabelecer relações de Otelo com a obra azevediana que pertence à segunda geração romântica brasileira. Ademais, fundamenta-se nos estudos de Brunel (2012), Carvalhal (2006), Compagnon (1996), Nitrini (2021), Samoyault (2008) e Sant’anna (2008). Analisaram-se qualitativamente alguns textos do poeta paulista para verificar semelhanças e dessemelhanças entre os autores, com o objetivo de entender as razões pelas quais o jovem escritor fez essas menções incisivas à tragédia supracitada e quais foram os procedimentos e sentidos sui generis aplicados e atribuídos na apropriação. Dessa forma, observaram-se duas citações diretas provenientes de O poema do Frade (2000) e de O Conde Lopo (2000) ligadas às personagens shakespearianas que recebem um destaque central neste trabalho.
Downloads
Referências
ÁLVARES DE AZEVEDO, Manuel Antônio. Obra Completa. Org. Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
ÁLVARES DE AZEVEDO, Manuel Antônio. Correspondência. In: ______. Obra completa. Org. Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 775-835.
ÁLVARES DE AZEVEDO, Manuel Antônio. Lira dos vinte anos. In: ______. Obra completa. Org. Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 119-289.
ÁLVARES DE AZEVEDO, Manuel Antônio. O Conde Lopo. In: ______. Obra completa. Org. Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 373-498.
ÁLVARES DE AZEVEDO, Manuel Antônio. O Poema do Frade. In: ______. Obra completa. Org. Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 317-371.
AMARAL, Vitor Alevato do. Álvares de Azevedo e a linguagem dramática. Rio de Janeiro, UFRJ, 2006. Dissertação (Dissertação de Mestrado em Literatura Brasileira) do programa de pós-graduação em Letras Vernáculas. UFRJ, Rio de Janeiro, 2006.
ASSIS, Machado de. Álvares de Azevedo. In: AZEVEDO, Álvares. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 24-26.
BLOOM, Harold. Shakespeare: la invención de lo humano. Trad. Tomás Segovia. Barcelona: Anagrama, 2019.
BOSI, Alfredo. O romantismo. In: ______. História Concisa da literatura brasileira. 41. ed. São Paulo: Cultrix, 1994, p. 88-160.
BRADLEY, A.C. A tragédia Shakespeariana. Trad. Alexandre Feitosa Rosas. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.
BRUNEL, Pierre et al. Que é literatura comparada? 2. ed. Trad. Célia Berrettini. São Paulo: Perspectiva; Editora da USP; Curitiba; Editora da UFPR, 2012.
CANDIDO, Antônio. Álvares de Azevedo, ou Ariel e Caliban. In: AZEVEDO, Álvares. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 81-95.
CARVALHAL, Tania Franco. Literatura comparada. 4. ed. São Paulo: Ática, 2006.
COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. 12. ed. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2004.
DIAS, Gonçalves. Leonor de Mendonça. UFSC. Disponível em: https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=28203. Acesso em: 18 de mar. 2023.
GOMES, Eugênio. Shakespeare no Brasil. Rio de Janeiro: MEC, 1961.
HELIODORA, Barbara. Falando de Shakespeare. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1997.
HELIODORA, Barbara. O homem político em Shakespeare. Rio de Janeiro: Agir, 2005.
HELIODORA, Barbara. Por que ler Shakespeare. São Paulo: Globo, 2008.
HELIODORA, Barbara. Reflexões shakespearianas. Rio de Janeiro: Lacerda, 2004.
HELIODORA, Barbara. Shakespeare, o que as peças contam: tudo que você precisa saber para descobrir e amar a obra do maior dramaturgo de todos os tempos. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014.
JAUSS, Hans Robert. A história da literatura comparada como provocação à teoria da literatura. São Paulo: Ática, 1994.
KERMODE, Frank. A linguagem de Shakespeare. Rio de Janeiro: Record, 2006.
MAGALHÃES JÚNIOR, Raimundo. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Lisa, 1971.
MONTEIRO, Jaci. Álvares de Azevedo. In: AZEVEDO, Álvares. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 19-24.
NITRINI, Sandra. Literatura comparada: história, teoria e crítica. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2021.
PRADO, Décio de Almeida. Um drama fantástico: Álvares de Azevedo. In: ______. O drama romântico brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 1996. p. 119-142.
ROMERO, Sílvio. Álvares de Azevedo. In: AZEVEDO, Álvares. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 26-43.
SAMOYAULT, Tiphaine. A intertextualidade. Trad. Sandra Nitrini. São Paulo: Aderaldo e Rothschild, 2008.
SANT’ANNA, Affonso Romano. Paródia, paráfrase & cia. 3. ed. São Paulo: Ática, 2008.
SANTOS, Wellington de Almeida. Álvares de Azevedo e a ironia romântica. In: AZEVEDO, Álvares. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 100-109.
SHAKESPEARE, William. Otelo. In: ______. William Shakespeare: tragédias e comédias sombrias. Trad. Barbara Heliodora. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008, p. 551-694.
STEGAGNO-PICCHIO, Luciana. O fascinante Álvares de Azevedo. In: AZEVEDO, Álvares. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 98, 99.
WERKEMA, Andréa Sirihal. Cuidado, leitor: Álvares de Azevedo pela crítica contemporânea. Org: WERKEMA, Andréa Sirihal. São Paulo: Alameda, 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons BY-NC-ND 4.0 International, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista, desde que não seja para uso comercial e sem derivações.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.