“DO AMOR QUE ACORDA O ESPÍRITO QUE DORME”: ASPECTOS DO FEMININO EM D. JOÃO E JULIETA, DE NATÁLIA CORREIA
“ON THE LOVE THAT AWAKENS THE SPIRIT THAT SLEEPS”: ASPECTS OF THE FEMININE IN D. JOÃO AND JULIETA, OF NATÁLIA CORREIA
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v7i14Resumo
RESUMO: Sob o signo da subversão, Natália Correia revisita duas personagens consagradas da dramaturgia: o mito de Don Juan e a shakespeariana Julieta. Inverter os papéis pré-estabelecidos, criticar normas sociais e subverter tradições são alguns dos aspectos que tocam D. João e Julieta,drama escrito durante o contexto salazarista, entre 1957-58, e somente publicado em 1999, após a morte da escritora. No presente artigo pretendemos evidenciar o protagonismo do feminino e a subversão dos códigos canônicos na construção da personagem Julieta, assim como apresentar essa belíssima peça, que ainda carece de leitores brasileiros.
PALAVRAS-CHAVE: Natália Correia. Teatro português Escrita de autoria feminina.
ABSTRACT: Under the sign of subversion, Natália Correia revisits two consecrated characters of the theater: Don Juan’s myth and the Shakespeare’s character Juliet. Reverse pre-established roles, criticize social norms and subvert traditions are some of the aspects that touch D. João e Julieta, play written during the Salazarist context, among 1957-58, and only published in 1999, after the writer’s death. In the present article we intended to evidence the female protagonism and the canonical codes subversion’s in the character’s construction of Julieta, as well as presenting this beautiful piece, that still lacks Brazilian readers.
KEYWORDS: Natália Correia. Portuguese theater. Women’s writing.
Downloads
Referências
ALVES, Syntia P. Mulheres trágicas de Shakespeare: Ofélia, Julieta e Lady Macbeth. Aurora: revista de arte, mídia e política. São Paulo, v. 6, n. 17, 2013.
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes,gestos, formas, figuras, cores, números. 28 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015.
CORREIA, Natália. D. João e Julieta. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1999.
. “A vingança das Euménides e o teatro actual”. In SERÔDIO, Maria Helena (org.). O teatro e a interpelação do real. Actas do 11° Congresso da Associação Internacional de Críticos de Teatro. Lisboa: Edições Colibri, 1992.
. “O dilúvio e a pomba”. In: O Sol nas Noites e o Luar nos Dias II. Lisboa: Projornal, 1993.
. O Surrealismo na poesia portuguesa. Sintra: Publicações Europa-América, 1973.
. Poesia Completa. Lisboa: Dom Quixote, 1999.
DACOSTA, Fernando. A Natalidade de Natália. In: Natália Correia, dez anos depois... Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Secção de Estudos Franceses do DEPER, 2003, p. 9-19.
GHIRARDI, José Garcez. O mundo fora de prumo: transformação social e teoria política em Shakespeare. São Paulo: Almedina, 2011.
HORTA, Maria Teresa. “Prefácio”. In: CORREIA, Natália. Breve história da mulher: e outros escritos. Lisboa: Parceria A. M. Pereira, 2003.
JAMESON, Anna B. Shakespeare’s Heroines. In: SHAKESPEARE, William. Romeu e Julieta. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
KOTT, Jan. Shakespeare, nosso contemporâneo. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
MACHADO, Álvaro Manuel. O mito de Don Juan ou a erótica da ausência. In: O mito de Don Juan. Lisboa: Arcádia, 1981.
MAGALHÃES, Isabel Allegro de. O Sexo dos Textos e outras leituras. Lisboa: Editorial Caminho, 1995.
MARINHO, Cristina A. M. de. D. João e Julieta de Natália Correia: Tradição e Transgressão. Porto: Revista da Faculdade de Letras “Línguas e Literaturas”, 2003.
MOREIRA, Aline Leitão. Tristão e Isolda: Em torno do que remanesce. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010 (Dissertação de Mestrado em Letras na área de Literatura Comparada).
PFEIFFER, Jean. Sob o signo do desejo. In: O mito de Don Juan. Lisboa: Arcádia, 1981.
RAMALHO, Maria Irene. “A sogra de Rute ou intersexualidades”. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). Globalização. Fatalidade ou utopia? Porto: Afrontamento, 2001.
SHOWALTER, Elaine. A crítica feminista no território selvagem. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org.). Tendências e impasses – O feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
TAVARES, Manuela. Feminismos: recursos e desafios (1947-2000). Porto: Texto Editora, 2011. UBERSFELD, Anne. Para ler o teatro. Tradução de José Simões. São Paulo: Perspectiva, 2005.
VALENTIM, Jorge. “Do ensaio como defesa do pensamento matrista: breves considerações em torno de Natália Correia”. Revista Mulheres e literatura. Volume 14, 2015. Disponível em: <http://litcult.net/do-ensaio-como-defesa-do-pensamento-matrista-breves-con-sideracoes-em-torno-de-natalia-correia-2>.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons BY-NC-ND 4.0 International, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista, desde que não seja para uso comercial e sem derivações.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.