A Caverna de Saramago entre o sagrado e o profano

o impacto mítico-ideológico colonial na crise identitária da modernidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51951/ti.v14i30.p316-331

Palavras-chave:

Globalização. Mítico-ideológica. Neocolonial. Nostalgia do Paraíso.

Resumo

Este artigo analisará o romance A Caverna, de José Saramago (2000), observando os conflitos da narrativa a partir da perspectiva mítico-ideológica. A fim de expor a trajetória da personagem principal, Cipriano Algor, daremos ênfase à dificuldade econômica e ao avanço da globalização como uma crise de identidade cultural das marcas neocoloniais no mundo moderno, e por isso fundamentaremos este primeiro objetivo com os preceitos críticos estabelecidos por Bhabha (2013) e Eagleton (1998). Pretendemos fornecer as pistas que revelem o centro econômico como o paraíso da modernidade capitalista, principalmente pelo viés da construção de interesses mercadológicos que invadem esse local idílico, segundo Eliade (2019) e Barthes (2001). Por fim, objetivamos explicitar o conflito entre Cipriano Algor e o Centro diante do impacto que esse contato de diferenças revela o destino do homem no mundo globalizado, pois a relação adversa que vai sendo manifestada no enredo literário se torna cada vez mais tensa devido, considerando os estudos de Hall (2020), à invenção da identidade em busca de encontrar o próprio pertencimento à realidade.

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Biografia do Autor

Pedro Vinicius Lopes Rezende, Universidade Federal de Sergipe - UFS

Mestrando em Letras pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), bolsista CAPES. Campus São Cristóvão, Sergipe, Brasil.

Referências

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Publicado

11-07-2024

Como Citar

REZENDE, Pedro Vinicius Lopes. A Caverna de Saramago entre o sagrado e o profano: o impacto mítico-ideológico colonial na crise identitária da modernidade. Travessias Interativas, São Cristóvão-SE, v. 14, n. 30, p. 316–331, 2024. DOI: 10.51951/ti.v14i30.p316-331. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/Travessias/article/view/n30p316. Acesso em: 19 dez. 2024.