A sinestesia e o substrato musical em As Flores do Mal de Charles Baudelaire

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51951/ti.v14i30.p332-343

Palavras-chave:

Substrato musical. Visualidade. Choque. Charles Baudelaire.

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar o substrato musical e sinestésico do texto de um conjunto de poemas presentes na obra As Flores do Mal de Charles Baudelaire, partindo do exame da tradução realizada por Ivan Junqueira: Harmonia da tarde, Correspondências, O sino rachado e L’Héautontimorouménos. Demonstram-se as correspondências de conceitos como ritmo, rima, harmonia, timbre e dissonância no domínio imagético do texto, em direção a uma visualidade que é também sinestésica, utilizando-se como referencial teórico: Benjamin (1995), Richards (1971) e Thamos (2003). Esta análise, que usa das dimensões sonoras e imagéticas do texto, lança luz sobre a discussão da presença daquilo a que Benjamin chamou “choque”, fenômeno que se revela como um dos representativos da experiência da modernidade, também atravessando a produção de Charles Baudelaire como princípio poético.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rebeca Torrezani Martins Hippertt, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

É Pesquisadora e Doutoranda em Ciências Sociais pelo programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo (atualmente em mobilidade acadêmica - Visiting PhD Student- Uniwersytet Gdanski, Polônia), Mestra em Tecnologia e Sociedade pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2018) e Graduada em Música-Licenciatura pela Universidade Federal de Ouro Preto (2013). Associada aos grupos de pesquisa "Imagem, Subjetividade e Teoria Social" (UNIFESP) e "Arte e Tecnologia" (UTFPR). Tem experiência na área da Tecnologia e Sociedade (CTS) e Sociologia da Cultura, atuando principalmente nos seguintes temas: Sociologia da Arte e Cinema; Arte e Tecnologia; Relações de Gênero e Cultura visual.

Referências

BASBAUM, Sérgio Roclaw. Sinestesia, arte e tecnologia: fundamentos da cromossonia. São Paulo: Annablume; Fapesp, 2002.

BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Tradução: Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.

BARTHES, Roland. Image-music-text. Macmillan, 1977.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas III: Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo. Tradução: José Carlos Martins Barbosa; Hemerson Alves Baptista. São Paulo: Brasiliense, 1995.

BENJAMIN, Walter. Linguagem, Tradução, Literatura (Filosofia, teoria e crítica). Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica Editora. 2018.

BRAGA HORTA, Anderson. Traduzir poesia. Brasília: Thesaurus, 2004.

CAMPOS, Haroldo de. Tradução e reconfiguração: o tradutor como transfingidor. In: TÁPIA. Marcelo; NÓBREGA, Thelma M. Haroldo de Campos. Transcriação. São Paulo: Perspectiva. 2015, p. 109-130.

CANDIDO, Antônio. O estudo analítico do poema. 6. Ed. – São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2006.

COLETTI, Vagner. As flores do mal e eu: um olhar pelo prisma do grotesco. 2008. 167f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Estadual Paulista, Araraquara, SP.

DOS SANTOS, Donizeth Aparecido. A expressividade dos fonemas da língua portuguesa. UniLetras, v. 38, n. 1, p. 21-37, 2016.

FIORUSSI, André. Inundação musical: a música da poesia modernista hispano-americana. 2012. 224p. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Cultura popular na antiguidade clássica. São Paulo: Contexto. 1989.

GLEIZE, Jean-Marie. Les Chiens s’approchent, et s’éloignent. Alea: Estudos Neolatinos, v. 9, n. 2, p. 165-175, jul./dez. 2007.

MONTEIRO, José Lemos. A estilística. São Paulo: Ática, 1991.

RICHARDS, Ivor. Armstrong. Princípios de crítica literária. 2 ed. Tradução: Rosaura Eichenberg; Flávio Oliveira; Paulo Roberto do Carmo. Porto Alegre: Globo, 1971.

ROY, Howat. Ravel, rhythm and form. Musicology Australia, v.16, n. 1, 39-47, 1993.

THAMOS, Márcio. Figuratividade na poesia. Itinerários, Araraquara, n. 20, p. 101-118, 2003.

Publicado

11-07-2024

Como Citar

HIPPERTT, Rebeca Torrezani Martins. A sinestesia e o substrato musical em As Flores do Mal de Charles Baudelaire. Travessias Interativas, São Cristóvão-SE, v. 14, n. 30, p. 332–343, 2024. DOI: 10.51951/ti.v14i30.p332-343. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/Travessias/article/view/n30p332. Acesso em: 7 set. 2024.