A ONTOLOGIA SEGUNDO G.H.: UM ESTUDO DO SER EM CLARICE LISPECTOR
ONTOLOGY ACCORDING TO G.H.: A STUDY OF THE BEING IN CLARICE LISPECTOR
DOI :
https://doi.org/10.51951/ti.v10i20Résumé
RESUMO: Segundo a noção heideggeriana, por sua própria constituição, o Ser-aí (Dasein) é dotado da possibilidade de colocar questões. Tal investigação perpassa toda a obra da escritora Clarice Lispector, encontrando seu ápice em A paixão segundo G.H. (1964). Como na imagem heráldica, a questão do Ser é ponto central do romance, a se desdobrar durante o desenvolvimento da narrativa, numa perspectiva em abismo concretizada através do trabalho com a linguagem, característica escritural da autora. É narrando que G.H. se questiona. Esse desvelamento do Ser é o que a presente reflexão objetiva analisar. Intenta-se uma avaliação de como, por meio da linguagem literária, o pensamento filosófico se evidencia. Dessa forma, não apenas relacionamos o texto de Clarice com os conceitos de Heidegger (2005), apoiando-nos em leituras que já intuíram tal conexão (NUNES, 1981; 2002; SÁ, 1993; 2004), mas também colocamos em questão a possibilidade de um ‘pensamento clariceano’, que acontece não nos moldes da escrita filosófica, mas numa ‘literariedade pensante’. A relação entre os questionamentos filosóficos e a literatura motiva esse trabalho, mostrando que o olhar de Clarice Lispector para o Ser é abismal.
PALAVRAS-CHAVE: Literatura e Filosofia. Ontologia. Clarice Lispector.
ABSTRACT: According to the heideggerian notion, for its own constitution, the There-being (Dasein) is endowed with the possibility of putting questions. Such investigation occurs in all of Clarice Lispector’s work, hitting its apex in The passion according to G.H. (1964). Such as the heraldic image, the question of the Being is the novel’s focal point, which unfolds during the narrative development, in a perspective in abyss implemented through the work with the language, scriptural characteristic of the author. It’s narrating that G.H. questions herself. This unveiling of the Being is what this reflection aims to analyze. Intends an evaluation of how, through literary language, the phylosophical thoughts highlights itself. Therefore, not only we relate Clarice’s texts with Heidegger’s concepts (2005), resting ourselves on references that already argued about that conection (NUNES, 1981; 2002; SÁ, 1993; 2004), but also we put into question the possibility of a ‘claricean thought’, that does not occur in the phylosophical writing mold, but in a ‘literarity thinking’. The relationship between phylosophical questions and the literature motivates this work, demonstrating that Clarice Lispector’s view on the Being is abyssal.
KEYWORDS: Literature and Philosophy. Ontology. Clarice Lispector.
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