ENTRE DELÍRIOS E VERTIGENS: IMERSÕES EXTEMPORÂNEAS NA ILHA DE ORFEU
DOI :
https://doi.org/10.51951/ti.v12i27.p18-36Mots-clés :
Jorge de Lima, Invenção de Orfeu, Lírica moderna, Extemporâneas, PoesiaRésumé
O presente artigo tem por objeto abordar a obra Invenção de Orfeu (1952), do poeta modernista Jorge de Lima, percorrendo os vetores que compõem a estrutura dramática de sua lírica, ao perspectivá-la a partir do seu lugar de diferença, isto é, sob um agenciamento estético, crítico e extemporâneo, considerando a imersão ontológica, histórica e existencial do sujeito por meio do poético. Trata-se, esteticamente, de analisar o modo pelo qual a lírica de Jorge de Lima se consolida nesse poema como um domínio crítico e a-histórico, rítmico e imagístico, ao rearticular o épico sob o viés barroco, surrealista e biográfico, assumindo a experiência do poético como modo de reinvenção do próprio sentido da experiência do homem no mundo, ao suplantar o caos, a barbárie e o empobrecimento cultural decorrentes do materialismo industrial no século XX.
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