Rumo a "uma sociedade do saber"
abordagem etno-informacional da "cultura da informação"
DOI:
https://doi.org/10.33467/conci.v5i.18043Palavras-chave:
Cultura da informação, Competência em informação, Cultura informacional, Viviane CouzinetResumo
Diversos trabalhos de pesquisadores, de profissionais de bibliotecas e de centros de documentação, em escala internacional, mostram que não é recente a preocupação em facilitar o acesso à informação (BAWDEN, 2001; BRUCE, 2002). Os conteúdos e os métodos usados para capacitar o usuário têm sido objeto de inúmeros debates em revistas científicas e em conferências mundiais organizadas por associações profissionais. Essa temática é, com efeito, reconhecida como essencial para refletir sobre o compartilhamento de saberes e para compreender como pode ser adquirida a competência em informação. Trata-se de tornar-se tão apto quanto possível para enfrentar as mudanças futuras na vida profissional e pessoal em uma sociedade voltada para a circulação de ideias. Esse fenômeno, qualificado como "sociedade da informação", não é novo, como nos lembra o glossário crítico a ele consagrado (COMISSION NATIONALE FRANÇAISE POUR L’UNESCO, 2005, p. 11). Mas, o que é mais recente é o resgate de seu sentido político-econômico e a confusão entre "informação" e "tecnologias da informação". Pode parecer que ter uma "cultura da informação" seria comparável a dominar os dispositivos técnicos. Porém, saber usar as máquinas e a Internet não é suficiente para entender e se apropriar de conteúdos. O processo de elaboração de informações envolve muitos atores, proponentes de projetos, que é necessário distinguir. As ferramentas de acesso à informação não respondem apenas à função a elas atribuídas a priori. A informação aqui considerada é a informação especializada, útil para avançar, que designamos no singular para expressar a ação, o processo pelo qual um sujeito se informa.
ConCI, v. 4, edição especial, 2022
DOI: 10.33467/coemcixxxxx TRADUÇÃO
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Para contribuir para o debate desta questão, centrada na “cultura da informação" ou "information literacy"5, propomos partir de dois exemplos de objetos que desencadeiam pesquisas: a bibliografia e a organização de saberes, que desenvolvemos em outros estudos (COURBIÈRES, COUZINET, 2005; COUZINET, 2008). Eles serão parcialmente retomados aqui para expor a complexidade do acesso à informação e os desafios a eles subjacentes, como revelam as pesquisas científicas, a fim de enfatizar os aspectos que os usuários de bibliotecas ou pesquisadores de informações online desconhecem. Situado no contexto francês, será abordada a emergência dos novos paradigmas e reunidos vários pontos de vista para definir "cultura da informação". Em seguida, por meio do cruzamento da abordagem informacional e etnológica, serão apresentadas as etapas da cultura da informação. Trata-se, portanto, de expor os elementos de uma reflexão que amplia o debate iniciado em encontros científicos e que se alimenta das discussões mantidas no âmbito de uma equipe de pesquisa.
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