A leitura do conto “Olhos d’água”, em uma perspectiva ético-estético-discursiva
DOI:
https://doi.org/10.47250/forident.v38n1.p207-220Palavras-chave:
Conceição Evaristo, Relações dialógicas, Criação estética, Escrevivência, Ressignificação de memórias, Olhos d’águaResumo
Este artigo explora a leitura do conto Olhos d’água, de Conceição Evaristo, sob a ótica ético-discursiva a fim de compreender o espaço da memória com elemento constitutivo da identidade e recriador da realidade. Com base nos estudos do círculo de Bakhtin (2010, 2011, 2016), realizamos uma análise das relações dialógicas, tomando como ponto da partida a vinculação do mundo da vida com o da criação estética. Para tanto, recorremos às vivências do autor-pessoa Conceição Evaristo que resgata memórias da infância para ressignificar as lembranças em torno da cor dos olhos de sua mãe. Diante dessa análise, discutimos o processo de criação estética e da escrevivência, valorizando a posição da escritora, enquanto mulher negra e periférica, para compreender as relações axiológicas presentes no espaço social e cultural.
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