ENTRE COMPORTAMENTO PERMITIDO E LEITURA PROIBIDA: PAULA DE SIQUEIRA, UMA LEITORA DE DIANA
Resumen
O presente trabalho tem o propósito de estudar por meio de Paula de Siqueira, personagem subalterna do passado, as suas leituras, a sociedade que estava inserida, os seus espaços de sociabilidade, assim como as normas de moral vigentes em sua época. Para tanto utilizamos como fontes, o processo da inquisição de Lisboa, n° 3.307, de Paula de Siqueira localizado nos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo, além da novela pastoril, Diana da autoria de Jorge de Montemor. A metodologia aplicada inseri-se na perspectiva da história dos livros e da leitura, um movimento historiográfico que tem se expandido muito nos últimos vinte anos. No princípio, os historiadores do livro estavam preocupados em verificá-lo apenas como objeto material, porém aumentaram seus universos de pesquisa se interessando também pela transmissão e recepção das publicações ao abarcar o longo e complexo “ciclo de vida” delas. Desse processo que se estende do autor até chegar ao leitor, estamos atentos ao último. O leitor é quem dar sentido aos textos, apesar de não ser o mesmo no decorrer dos tempos, a forma como um leitor do presente ler não é a mesma do passado. Por isso, nosso interesse em resgatar do século XVI, Paula de Siqueira, buscando pistas sobre ela e as leituras que fez. Na verdade, Paula é nosso guia para chegar às redes de relações social que fazia parte, descobrindo a normatização imposta a mulher pela autoridade da Igreja. Esta que traçou o tipo de conduta moral que defendia para a mulher na sociedade de salvador naquele período. Paula deveria manter um comportamento honroso, sobretudo porque era uma mulher casada teria que ficar presa em casa, distante do espaço público que representava perigo, seus gestos deveria ser comedido, até a forma como se trajava seria modesta. Como a Igreja perseguia a população por vários motivos, Paula foi penitenciada, na visitação do Santo Ofício a Salvador em 1591, a ler livros devocionais, história de vida de santos e santas que eram modelos de fé, castidade, caridade, dentre outras virtudes espirituais a ser imitadas. Porém, Paula não seguiu essa exemplaridade, por isso foi punida. Como esse trabalho ainda está em andamento, iremos perceber no seu processo que Paula não se manteve enclausurada, ao ponto de praticar leituras proibidas, dentre estas o livro Diana e sentir prazer na realização desse ato.Descargas
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Cómo citar
SANTOS, Maria José Lima dos. ENTRE COMPORTAMENTO PERMITIDO E LEITURA PROIBIDA: PAULA DE SIQUEIRA, UMA LEITORA DE DIANA. Revista Fórum Identidades, Itabaiana-SE, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/forumidentidades/article/view/1738. Acesso em: 22 dic. 2024.
Número
Sección
DOSSIÊ: EDUCAÇÃO E IDENTIDADES