CORPO-DOCUMENTO E MAAFA NO CONTO “ROLÉZIM”, DE GEOVANI MARTINS
DOI:
https://doi.org/10.47250/forident.v35n1.p27-40Palabras clave:
Literatura negra, Maafa, Literatura brasileira, Corpo-documento, Geovani MartinsResumen
Este artigo propõe uma análise crítico-literária do conto “Rolézim”, de Geovani Martins. Teremos como direcional o conceito de “corpo-documento”, de Beatriz Nascimento (NASCIMENTO, 2018; RATTS, 2006). Desse conceito, elucidaremos como, no conto, os corpos negros sentem as consequências da Maafa (ANI, 1994; NJERI, 2020); para tal, nos alicerçaremos nos estudos sobre o papel do arquétipo do “Senhor do Ocidente” (QUIJANO, 2005; NJERI, 2020); e sobre a homogeneização alienadora do Outro, em que o epistemicídio (CARNEIRO, 2005; SANTOS; MENESES, 2009) é posto em prática, apagando ou se apropriando as contribuições civilizatórias negras na história da humanidade. Assim, apontaremos em “Rolézim”, como a literatura registra a identidade e sobrevivência na Maafa desse “corpo-documento”.
Descargas
Citas
ANI, Marimba. Yurugu: An African-Centered Critique of European Cultural Thought and Behavior. Trenton: África World Press, 1994. Disponível em: https://estahorareall.wordpress.com/2015/08/07/dr-marimba-ani-yurugu-uma-critica-africano-centrada-do-pensamento-e-comportamento-cultural-europeu. Acesso em: 30 maio 2022.
ASANTE, Molefi K. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar In: NASCIMENTO, Elisa L. (Org.). Afrocentricidade - uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. p. 93-110. Disponível em: https://speciesnae.files.wordpress.com/2015/05/mazama-asante-afrocentricidade.pdf. Acesso em: 30 maio 2022.
BISPO, Antônio. (Nêgo Bispo) Colonização, quilombos: modos e significados. Brasília: Ministério da Ciência e Inovação, 2015.
CARNEIRO, Sueli. A Construção do Outro como Não Ser como fundamento do Ser Sueli Carneiro. 2005. Disponível em: https://repositorio.usp.br/item/001465832. Acesso em: 17 jun. 2022.
EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza, 2003.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Juiz de fora: Editora UFJF, 2005.
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, n. 92/93, 1988, p. 69-82.
GONZALEZ, Lélia. Primavera para rosas negras. São Paulo: Diáspora Africana UCPA, 2018.
HOUNTONDJI, Paulin J. Conhecimento de África, conhecimento de Africanos: Duas perspectivas sobre os Estudos Africanos. Tradução de Inês Martins Ferreira. Revista Crítica de Ciências Sociais. 2008. p. 149-160. Disponível em: https://journals.openedition.org/rccs/699. Acesso em 17 maio 2022.
ITAMARATY. Documento final do Encontro de África e a Diáspora. 2013. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/credn/noticias/documento-final-do-encontro-de-africa-e-a-diaspora. Acesso em 17 junho 2022.
KARENGA, Maulana. A função e o futuro dos estudos africana: reflexões críticas sobre sua missão, seu significado e sua metodologia. In: NASCIMENTO, Elisa L. (Org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. p. 333-359.
LORDE, Audre. Idade, raça, classe e gênero: mulheres redefinindo a diferença. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. (Org.) Pensamento feminista conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. p. 239-250.
MARTINS, Geovani. O sol na cabeça. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Trad. Renata Santini. São Paulo: n-1 edições, 2019.
MORIN, Edgar. Introdução do pensamento complexo. Trad. Eliane Lisboa. 5 ed. Porto Alegre: Sulina, 2015.
NASCIMENTO, Abdias. Quilombismo. Petrópolis: Vozes, 1980.
NASCIMENTO, Beatriz. Beatriz Nascimento: Intelectual e quilombola. São Paulo: Diáspora Africana, 2018.
NASCIMENTO, Elisa. L.; GÁ, Luiz Carlos(Org.) Adinkra: sabedoria em símbolos africanos. Rio de Janeiro: Pallas 2009.
NASCIMENTO, Gabriel. Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo. Belo Horizonte: Letramento, 2019.
NJERI, Aza. Educação afrocêntrica como via de luta antirracista e sobrevivência na maafa. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação. Brasília, UnB, n. 31, p. 4-17, mai.-out./2019. Disponível: https://periodicos.unb.br/index.php/resafe/article/view/28253. Acesso em: 01 jun. 2022.
NJERI, Aza. Reflexões artístico-filosóficas sobre a humanidade negra. Ítaca: Especial Filosofia Africana. Rio de Janeiro, UFRJ, n. 36, p. 164-226. 2020. Disponível: https://revistas.ufrj.br/index.php/Itaca/article/view/31895. Acesso em: 09 jun. 2022.
NJERI, Aza; AZIZA, Dandara. Entre a fumaça e as cinzas: o Estado de Maafa pela perspectiva da psicologia africana e o mulherismo africana. Revista Problemata. João Pessoa, UFPB, v. 11, n. 2, p. 57-80, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/problemata/article/view/53729. Acesso em 11 maio 2022.
NOBLES. Wade. “Sakhu Sheti: retomando e reapropriando um foco psicológico afrocentrado”. In: NASCIMENTO, Elisa L. (Org.) Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009.
RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa oficial do Estado de São Paulo; Instituto Kwanzaa, 2006.
SANTOS, Boaventura S.; MENESES, Maria Paula. Epistemologias do sul. Coimbra: Edições Almedina, 2009.