GÊNERO, VIOLÊNCIA E MORTE NO ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.47250/intrell.v32i1.12875Resumo
Analisa-se, no Romance IV ou Da Donzela Assassinada e no XI Romance XI ou Do Punhal e da Flor, constantes do Romanceiro da Inconfidência (2012), a identificação de voz do ator social no feminino, que esteve no cenário da derrama e que sofreu a violência paterna ou de parente próximo, em consequência da ambição desmedida pela posse de ouro e pedras preciosas, pois cada família disputa/privilégio mais antigos;/ e Por ódio, cobiça, inveja/ vai sendo o inferno traçado/ (MEIRELES, p.48-49), nas cercanias de Vila Rica, nas Minas Gerais do século XVIII; procurando estabelecer elos com a sociedade atual brasileira. Desta sorte, problematiza-se a coordenada: ontologia-epistemologia-ética-estética, que elegeu um determinado sujeito de conhecimento, na atribuição do certo/errado, justo/injusto e do belo/feio; com a negação da memória e vida plena à alteridade, sem levar em conta o rosto desejante do outro em suas demandas, assente ao privado.
Palavras-chave: Gênero. Violência. Cidadania. Feminicídio.
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