Dois romances africanos no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47250/intrell.v40i1.p91-105

Palavras-chave:

Tradução, Literatura africana, Francofonia, Tierno Monénembo, Alain Mabanckou

Resumo

Publicados respectivamente em 1995 e 2005 na França, os romances Pelourinho e Copo Quebrado foram recentemente traduzidos no Brasil. Este artigo pretende discutir e comparar os possíveis efeitos de leitura desses romances e suas diferentes propostas no Brasil, em um movimento não apenas linguístico, mas propriamente intercultural. Que significados as imagens do Brasil e da África assumem na tradução desses dois romances? Como os leitores brasileiros podem apreendê-las e como essa apreensão reconfigura poética e politicamente os projetos de Monénembo e Mabanckou? Qual Brasil e qual África se apresentam e se reinventam nas narrativas e o que essa invenção nos diz sobre nós, (potenciais) leitores brasileiros desses romances?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mirella do Carmo Botaro, Université Sorbonne Nouvelle

Doutora em Estudos Lusófonos pela Sorbonne Université. Professora na Université Sorbonne Nouvelle.

Referências

BANDIA, P. Le concept bermanien de l’“Étranger“ dans le prisme de la traduction postcoloniale, TTR : traduction, terminologie, rédaction, vol. 14, n° 2, p. 123-139, 2001.

BREZAULT, E. Entretien d’Eloise Brezault avec Tierno Monénembo. Africultures, 1998. Disponível em: http://africultures.com/entretien-deloise-brezault-avec-tierno-monenembo-2581. Consultado em 16 de novembro de 2023.

BERMAN, A. A prova do estrangeiro. Cultura e tradição na Alemanha romântica. Trad. Maria Emília Pereira Chanut. Bauru: Edusc, 2002.

BOUDJEDRA, R. L’Escargot entêté. Paris: Denoël, 1977.

BOURDIEU, Pierre. As Regras da Arte. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

CÉLINE, L-F. Viagem ao fim da noite. Trad. Rosa Freire d’Aguiar. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1994.

CÉLINE, L-F. Morte a crédito. Trad. Maria Arminda Souza-Aguiar, Vera de Azambuja Harvey. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

DEVESA, J.-M. L’Afrique à l’identité sans passé d’Alain Mabanckou, Afrique contemporaine, vol. 241, n° 1, p. 93-110, 2012.

HEILBRON, J. Le système mondial des traductions. In Gisèle Sapiro (ed.), Les contradictions de la globalisation éditoriale. Paris: Nouveau monde, p. 253-274, 2009.

KESTELOOT, L. La littérature negro-africaine face à l’histoire de l’Afrique, Afrique contemporaine, vol. 241, n° 1, p. 43-53, 2012.

IONESCO, E. A Cantora careca. Trad. Maria Lucia Pereira. Campinas; Papirus, 1997.

MABANCKOU, A. Copo Quebrado. Trad. Paula Souza Nogueira Dias. Rio de Janeiro: Malê, 2018.

MABANCKOU, A. Verre Cassé, Paris: Seuil, 2005.

MANGEON, A. Qu’arrive-t-il aux écrivains francophones? Alain Mabanckou, Abdourahman Waberi et Le Manifeste pour Une littérature-Monde em français. In Micéala Symington, Joanny Moulin e Jean Bessière (ed.), Actualité et inactualité de la notion de postcolonial, Paris : H. Champion, p. 105-129, 2013.

MONÉNEMBO, T. Pelourinho, Paris: Seuil, 1995.

MONÉNEMBO, T. Pelourinho. Trad. Mirella do Carmo Botaro. São Paulo: Nós, 2022.

MONÉNEMBO, T. Peuls. Paris: Seuil, 2004.

MONÉNEMBO, T. Les Coqs chantent à minuit. Paris: Seuil, 2015.

MONÉNEMBO, T. Bled. Paris: Seuil, 2016.

ORMESSON, J. Casimir mène la grande vie. Versailles: Feryane, 1997.

PARAVY, F. Une écriture de l’énigme: Pelourinho de Tierno Monénembo. In Delphine Tang e Patricia Bissa Enama (eds), Absence, enquête et quête dans le roman francophone. Bruxelles / New York: P. I.E. P. Lang, p. 41-52, 2010.

PORRA, V. Malaise dans la littérature-monde (en français): de la reprise des discours aux paradoxes de l’énonciation. In Recherches & Travaux, n° 76, p. 109-129, 2010.

SAPIRO, G. Mondialisation et diversité culturelle: les enjeux de la circulation transnationale des livre. In Gisèle Sapiro (ed.). Les contradictions de la globalisation éditoriale. Paris: Nouveau monde, p. 275-301, 2009.

SUCHET, M. L’écriture hétérolingue en Afrique postcoloniale: une poétique de la traduction. Études littéraires africaines, n° 24, p. 35-42, 2007.

ZABUS, C. Le palimpseste africain: indigénisation de la langue dans le roman ouest-africain europhone. Trad. Mathilde Labbe, Raphaëlle Thery. Paris: Karthala, 2018.

Publicado

2024-02-02

Como Citar

BOTARO, Mirella do Carmo. Dois romances africanos no Brasil. Interdisciplinar - Revista de Estudos em Língua e Literatura, São Cristóvão-SE, v. 40, n. 1, p. 91–105, 2024. DOI: 10.47250/intrell.v40i1.p91-105. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/interdisciplinar/article/view/v40p91. Acesso em: 27 jul. 2024.