O IMAGINÁRIO DO MAL NO EMPÓRIO DA HERANÇA CLÁSSICA
Abstract
Este artigo discutirá a inadequação da visão unilateral do clássico como empório da serenidade e do equilíbrio, dois atributos idealizados por uma tradição mimética e deontológica. Aby Warburg (1866-1929) demonstra que também os paroxismos, o estapafúrdio e o gestual patético (Pathosformel) constituem dispositivos imprescindíveis da estética clássica. Violência, escândalo e estupor engendram temas da literatura e da arte clássicas que determinam procedimentos artísticos e permanecem ativos. Vamos focalizar situações específicas – o diabolismo (caso “Pandora”) e a irrupção do estranho (fantasmas e autômatos) – em que o imaginário do mal se materializa com potencial crítico e estético.