O QUE (AINDA) PODEM AS CARTAS?
Resumen
Neste artigo discuto a noção de correspondência como práxis política para autoformação do pesquisador em campo, analisando como a escrita de cartas promove o descentramento do eu-remetente-destinatário, na maneira como, forçosamente, tanto quem escreve, quanto quem lê essa narrativa é autoconvocado para uma conversa sobre a própria interlocução na presença/ausência do outro ou na representação/tradução de si. Para tanto, retomo uma carta que escrevi para auto/etno/biografar as experiências vividas em campo, desde o começo da minha atuação como professora de Língua Portuguesa e Literatura, no Programa de Formação de Professores Indígenas na Bahia.