MARY WOLLSTONECRAFT E A EDUCAÇÃO FEMININA DO SÉCULO XVIII
Mariana Dias Pinheiro Santos
DFL - UFS
Resumo
No século XVIII a Europa estava contaminada com o que hoje consideraríamos o mais vil e ferrenho machismo. A conduta ideal da mulher chegou a ser preconizada por homens, que as consideravam apenas sob o prisma de elementos como amor e afeição, como foi o caso de John Gregory. O autor escocês redigiu um tratado com o intuito de ensinar às suas filhas o comportamento adequado de uma mulher: esconder os sentimentos, fazer as mais belas mesuras, ser servis aos seus esposos e boas mães para seus filhos. Em uma palavra, a educação feminina era, em alguma medida, apenas uma forma de cárcere, e este era um pensamento comum na Europa do século XVIII. É neste cenário que Mary Wollstonecraft se insere, e escreve a obra “Reivindicação Dos Direitos da Mulher”, que não poderia deixar de ter em sua composição uma crítica direta ao autor escocês. O nosso intuito é não apenas apresentar a crítica dirigida por Wollstonecraft diretamente a Gregory, mas evidenciar o contraponto estabelecido por ela, ao longo de toda a obra, aos ideais de educação defendidos em “O Legado de um pai para suas filhas”, com o objetivo de mostrar que o pensamento da autora, ainda que contemporâneo a uma época em que sobressaía a ideia da submissão feminina, promove o espaço da mulher com direito à fala, ao estudo e ao trabalho, não apenas educando-as para serem belos corpos que são boas mães e boas esposas.