O "ELEMENTOS DA LEI NATURAL E POLÍTICA" NA TEORIA E NO SISTEMA DA LINGUAGEM DE HOBBES
Mariana Dias Pinheiro Santos
PPGF-UFS
Resumo
O objetivo geral deste trabalho consiste em apresentar algumas mudanças promovidas
por Hobbes entre o Elementos da Lei Natural e Política (1640) e as edições inglesas de Leviatã
(1651) e De Corpore (1655) no que diz respeito à sua teoria da linguagem. Sustenta-se que não
é possível conceber uma unidade entre todas as obras supracitadas e que, conforme Limongi
apresenta em A Semântica do Materialismo (2000), De Corpore contém a versão final da teoria
da linguagem hobbesiana; sugere-se, além disso, que as alterações promovidas por Hobbes se
devem, ao menos em parte, às críticas que Descartes promove nas respostas às Terceiras
Objeções (1641) e à adoção, a partir de 1651, da geometria, enquanto método, na teoria da
linguagem. Nesse sentido, objetiva-se, especificamente, investigar qual papel o Elementos da
Lei assume no sistema da linguagem proposto por Hobbes. Exposto isso, pretende-se: em
primeiro lugar, apresentar, de modo geral, a teoria da linguagem proposta na obra de 1640; em
segundo lugar, expor quais adições são feitas no Leviatã e no De Corpore, no que diz respeito
ao sistema e à teoria da linguagem de Hobbes; em terceiro e último lugar, comparar quais teses
do Elementos da Lei foram abandonadas nas obras de 1651 e 1655.