DISSERTAÇÃO SOBRE O ESTILO FILOSÓFICO DE MÁRIO NIZÓLIO (1670)
Húdson Canuto
PPGF-UFS
Resumo
Publicar os escritos de outros, benévolo leitor, é coisa humilde e desprezada, parece-lhe que as anotações são por si mesmas de pobre engenho, cuja sublime reflexão ou opinião se eleva acima dos demais, para os quais é um costume, rir espalhando seus nomes em textos alheios por pilhéria como plantas trepadeiras, pois já antes gloriava-se Constantino Magno em Trajano, em toda parte através de todas as ruínas da antiguidade foi pródigo de nomes. Mas estas coisas, na verdade, pouco me movem, por uma parte resguardado pelo exemplo de homens famosos, por outra parte um pouco doído se eu não for considerado pelos famosos censores como sendo engenhoso, o que já basta para contracambiar o louvor do estudo ou pelo menos da vontade. A abundância não exige investigar os exemplos dos homens egrégios, porquanto os próprios teólogos são da opinião que os escritores sagrados14 aperfeiçoaram, e publicaram, e continuaram as memórias dos anteriores, Josué as de Moisés, Samuel as de Josué, Esdras as de Samuel e dos profetas. [...]