MORTE E VIDA EM PLOTINO: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ENÉADA I 7 [54]

Tadeu Júnior de Lima Nascimento

PPGF-UFS


Resumo

O intuito dessa comunicação é fazer breves considerações acerca da Enéada I 7 [54] de Plotino (204 ou 205 – 270 d.C.), cujo título é “Sobre o bem primário e os outros bens”. O pensamento plotiniano está alicerçado na postulação de três hipóstases — Uno (hén), Intelecto (noûs) e Alma (psyché) — que são o arcabouço teórico de um sistema filosófico que é o grande expoente do chamado Neoplatonismo, e que perpassa tanto o inteligível quanto o universo da corporeidade. Apesar de breve, de antemão o supracitado tratado chama atenção por duas razões: o tema a que se propõe e fato de ter sido o último dos cinquenta e quatro escritos de Plotino (segundo relata Porfírio, discípulo, biógrafo e organizador de sua obra). É possível que as mazelas físicas que acometiam o nosso filósofo de idade avançada sejam o pano de fundo da reflexão fomentada em tal texto, principalmente no que concerne as assertivas ali ditas acerca da vida e da morte, do bem e do mal. Todavia, ainda que ignoremos esse contexto, ao ler a Enéada I 7 [54] estamos, assim como no Fédon de Platão, diante do que parece um epílogo da doutrina filosófica de um mestre, uma derradeira lição a seus ouvintes/leitores. Assim sendo, por meio de uma sucinta análise desse tratado, bem como de outras passagens convergentes das Enéadas, esperamos apresentar a perspectiva de Plotino sobre tais assuntos que são, certamente, caros não apenas ao platonismo, mas à filosofia como um todo, em especial na área da Ética.

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