CONSCIÊNCIA E EGO NOS PRIMEIROS TRABALHOS DE JEAN-PAUL SARTRE
Marcos Rodrigo Rabelo Amado
DFL-UFS
Abstract
O filósofo Jean-Paul Sartre é comumente reconhecido por seus escritos existencialistas e por afirmações como: “a existência precede a essência”. No entanto, o desenvolvimento filosófico de Sartre antes de culminar no existencialismo passa por investigações fundamentalmente fenomenológicas. Em seu primeiro trabalho, Uma ideia fundamental da fenomenologia de Husserl: a intencionalidade, Sartre procura dar destaque ao conceito de intencionalidade. Já na Transcendência do Ego, o filósofo francês tem como intuito superar o problema do solipsismo. Podemos adiantar, desde já, que o filósofo não consegue dá cabo ao problema, o que não diminui o valor filosófico da referida obra. Dito isso, buscaremos deixar em evidência os conceitos de intencionalidade, consciência e Ego, tal como Sartre os desenvolve em seus primeiros trabalhos. Por fim, a adoção do conceito de intencionalidade faz com que Sartre, na Transcendência do Ego, rompa com toda ideia que possa fazer da consciência um objeto, algo interior ou que possua uma interioridade, o que levará o Ego a ser constituído como um objeto transcendente. Devido ao fato de ser um objeto transcendente, o Ego não poderá estar presente na consciência, é preciso descrever sua constituição como um objeto relativo à consciência.