A ARTE RETÓRICA E OS SOFISTAS

Thatiane Santos Meneses

PPGF-UFS


Abstract

Aristóteles inicia sua obra Retórica afirmando que a retórica seria a contraparte da dialética e que ambas são importantes para a vida dos indivíduos. Ressalta ainda que a retórica não pertence a nenhuma ciência determinada. É com base nessa reflexão do estagirita que buscamos, na presente pesquisa, demonstrar a importância da arte retórica tão difundida pelos sofistas. Há registros de que Platão defendia a tese de que retórica e filosofia andavam juntas, mas ele primeiro primou por afastar os sofistas da retórica, uma vez que ele defendia que os sofistas não passavam de enganadores, como poderiam eles fazer filosofia? Não poderíamos falar da arte retórica sem mencionarmos o sofista Górgias, notadamente um dos maiores mestres desta arte. Górgias defendia que o efeito que o discurso retórico produz está relacionado com o caráter da pessoa, razão pela qual ele não poderia ser responsabilizado pelo mau uso que seus alunos poderiam fazer da retórica. E essa observação é de suma importância na medida em que os ataques aos sofistas começaram a ganhar força. Convém ressaltar que a retórica não foi uma criação dos sofistas, acredita-se que ela tenha se originado com os sicilianos Córax e Tísias. Quando de sua criação, a retórica era utilizada no meio jurídico como argumento da probabilidade, mas, conforme será demonstrado, foram os sofistas que demonstraram melhor o seu uso, contribuindo sobremaneira com o florescimento do regime democrático na Grécia do século V a.C.

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