DISCUTINDO O RACISMO ESTRUTURAL NO ENSINO DE FILOSOFIA

Abstract

Este trabalho tem como objetivo descrever atividades desenvolvidas na regência do Programa Residência Pedagógica (PRP), do subprojeto de Filosofia, do Centro de Formação de Professores (CFP), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O intuito aqui é relatar a experiência de aula vivenciada com alunos de uma turma do primeiro ano integral do Colégio Estadual Lauro Farani Pedreira De Freitas, localizado na cidade de Iaçu, interior da Bahia. Na ocasião em específico, tratamos sobre o racismo estrutural, tema essencial para a formação política, ética e cidadã dos estudantes brasileiros. Vale destacar que a aula foi lecionada em conjunto com outras duas colegas residentes. Para iniciarmos a abordagem do tema, optamos por fazer umanuvem de palavras para assim observar o entendimento prévio dos estudantes sobre o assunto, dessa forma, pudemos notar que a maioria dos estudantes, embora ainda não tivessem sido apresentados ao conceito de maneira acadêmica, tinham noções experienciais sobre o assunto. Após a construção da nuvem de palavras, reproduzimoso vídeo O que é racismo estrutural? disponível no canal do YouTube do Quebrando o Tabu e comentamos coletivamente sobre as informações contidas no vídeo. A partir disso, distribuímos folhas contendo fragmentos previamente selecionados do primeirocapítulo do livro Racismo estrutural do Filósofo, professor doutor e agora Ministro doMinistério dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Almeida, e continuamos a discussão sobre o que é o racismo estrutural, como ele se diferencia do racismo individual e do racismo institucional, assim como também trabalhamos o que é o preconceito racial, o que é a discriminação racial, e a importância de políticas afirmativas e contribuições sociais para o enfrentamento dessas desigualdades. Após uma breve discussão, realizamos uma dinâmica intitulada “privilégio branco”, na qual fizemos dez perguntas aos estudantes, relacionadas a experiências decorridas do racismo estrutural, a cada pergunta os estudantes deveriam dar um passo a frente quando a resposta fosse positiva e um passo atrás quando a resposta fosse negativa.Ao final da dinâmica, alguns estudantes estavam passos à frente, enquanto outros estavam passos atrás de onde começaram, evidenciando o impacto do racismo estrutural em suas próprias vidas, causando um desconforto tanto naqueles que estavam passos atrás, quanto naqueles passos à frente. Ao final da aula, percebemos que os estudantes já demonstravam maior entendimento sobre o tema. De modo geral,a aula teve o objetivo alcançado, conseguimos discutir e refletir sobre o racismo estrutural no Brasil, os estudantes se interessaram pela aula e fizeram contribuições pertinentes.