MY FRIEND THO’ A JEW: AINDA O RACISMO DE HUME
Prof. Dr. Marcos Fonseca Ribeiro Balieiro
PPGF-DFL-UFS
Resumen
É comum que discussões acerca do racismo de David Hume deem pouco espaço às posições do filósofo acerca dos judeus. Além disso, principalmente por conta da influência dos estudos de Richard Popkin, as diferenças entre a maneira como o pensador escocês se refere aos judeus e o tratamento que dispensa aos negros em sua “nota de rodapé infame” são, frequentemente, minimizadas. Em nossa exposição, que pode ser considerada a continuação de um trabalho anterior sobre o racismo de Hume, trataremos de mostrar que esse tipo de interpretação é bastante problemático, uma vez que os dois casos são bastante diferentes: enquanto o filósofo assume posição inegavelmente racista no que diz respeito aos negros, parece considerar, por outro lado, que eventuais comportamentos pouco louváveis por parte dos judeus teriam surgido como forma de reação a perseguições terríveis que os cristãos lhes teriam imposto. Para estabelecermos essas diferenças, recorreremos, principalmente, a alguns dos Ensaios Morais, Políticos e Literários e à História da Inglaterra.