A AUTONOMIA DA MULHER SOBRE O CORPO: O ABORTO COMO DIREITO DE ESCOLHA

Gabrielly Lessa

ICHCA - UFAL


Résumé

Judith Jarvis Thomson, filósofa americana, tem como principal objetivo do seu artigo “Uma defesa do aborto” apresentar o dilema moral que agride fundamentalmente a liberdade de escolha das mulheres. Compreendemos que a liberdade destas sobre o próprio corpo é nitidamente limitada frente a uma autoridade social forjada, que, por sua vez, exibe um posicionamento tendencioso, arbitrário e ultrapassado frente à perspectiva “libertária” e autônoma, que tenta apresentar o aborto não somente como uma questão de saúde pública (quando o feto pode prejudicar a mãe) mas também como a consolidação de um direito à liberdade. Nesse contexto, a mulher é subjugada e, consequentemente, obrigada a permanecer numa posição insuscetível de escolha. Dessa forma, Thomson visa a esclarecer a ligação entre o direito à vida (argumento que, por sua vez, é utilizando como contraponto ao aborto) e a autonomia que a mulher deve poder exercer sobre seu corpo. Com efeito, à luz da filósofa, pretendo apresentar as concepções positivas e negativas sobre o aborto, tais como: por um lado, a inadmissibilidade de interromper uma gestação em detrimento da vida da mulher, a aprovação do aborto em casos de estupro e, por outro lado, sua condenação quando é cogitado não por ameaça, mas por escolha; assim como o impedimento de liberdade da mulher sobre seu corpo em vista de um padrão moral hegemônico. 

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