ANTICARTESIANISMO

Autores

  • Flávio Miguel de Oliveira Zimmermann

DOI:

https://doi.org/10.32748/revec.v0i03.4771

Resumo

Nos últimos anos temos encontrado inúmeras críticas ao sistema cartesiano com base nas possíveis consequências que a sua filosofia teria deixado para a moderni- dade. Tais argumentos contra o sistema cartesiano vêm de várias áreas da ciência, tais como educação, direito, ciências sociais e de movimentos ambientais e as obje- ções buscam atacar vários pontos que estariam subjacentes ao seu pensamento, tais como uma espécie de etnocentrismo, racismo e machismo devido principalmente à maneira pela qual o autor propôs noções de objetividade e neutralidade no seu método filosófico. A concepção machista teria, além disso, gerado problemas para a educação, uma vez que incentiva um modelo de aprendizagem apenas, ou seja, aquele voltado para o gênero masculino. Finalmente, o então chamado “paradigma cartesiano” teria gerado ainda consequências danosas para o meio ambiente, oca- sionadas pela sua noção ramificada de ciência e pela ideia de separação entre a mente e o corpo. Neste artigo serão apresentadas algumas objeções à filosofia de Descartes presentes no livro “Ponto de Mutação” de Fritjof Capra, além de críticas similares, encontradas em textos acadêmicos e de divulgação popular no Brasil e na América Latina. Por fim, serão apresentadas as ideias de Descartes referentes aos temas em questão, tomando como base as suas duas principais obras: o Discurso do Método e as Meditações Metafísicas. O propósito principal do artigo é o de mostrar que muitas concepções populares anticartesianas são, no fundo, ou sem base tex- tual, ou descontextualizadas de sua época e contexto literário.

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Como Citar

Zimmermann, F. M. de O. (2016). ANTICARTESIANISMO. Revista De Estudos De Cultura, 1(03), 39–47. https://doi.org/10.32748/revec.v0i03.4771