PLATÃO E OS GUARANIS: UTOPIAS TRANSATLÂNTICAS NA OBRA DE ADMINISTRATIONE GUARANICA COMPARATA AD REMPUBLICAM PLATONIS COMMENTARIUS DE JOSÉ MANUEL PERAMÁS
DOI:
https://doi.org/10.32748/revec.v0i6.5951Resumo
O presente paper dedica-se ao estudo da obra De Administratione guaranica comparate ad Republicam Platonis commentarius, escrita pelo jesuíta catalão José Manuel Peramás e publicada em 1793. A obra é concebida em polêmica com as utopias liberais e ilustradas modernas que o autor qualifica como epicuristas e desrespeitosas das santas instituições. Neste intento polêmico Peramás recupera a utopia política de Platão, expressa tanto na República como especialmente nas Leis. O argumento mais contundente na polêmica de Peramás com as utopias liberais de
seu tempo é que entre os Guaranis das Missões, em terras americanas – ao dizer do autor – se realizou, ao menos aproximadamente, a concepção política de Platão (§2). Peramás, que foi missionário no Paraguai de 1755 a 1767, ano da expulsão dos jesuítas, desenha um cuidadoso estudo comparativo entre o texto platônico e o que ele pode conhecer em primeira pessoa nas missões guaranis. Numa Europa, a seu ver corrompida pelos ideais da Revolução Francesa, a coincidência da utopia de Platão com as instituições políticas dos guaranis torna-se prova da necessidade de combater a nova filosofia política liberal e suas revoluções, em favor de um retorno a ideais de justiça ao mesmo tempo antigos e primitivos.
Palavras-chave: Platão; Guaranis; Jesuítas.
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