“EU TENHO VERGONHA EM DIZER QUE SOU NEGRA, NINGUÉM GOSTA, NÉ”? AS CRIANÇAS E AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS EM ITAPETINGA-BA
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v12i28.9982Resumo
Nessa pesquisa tivemos por objetivo analisar como as crianças agem, acionam e vivenciam as noções de racismo e discriminação racial em suas relações com outras crianças e adultos; compreender o que significa, para as crianças, pertencer a uma categoria racial (branco e não branco) e como elas lidam com essas categorias. A pesquisa, de caráter qualitativo, foi realizada entre abril e julho de 2017 e teve como colaboradores 35 crianças de uma escola de Ensino Fundamental localizada no município de Itapetinga-BA. Utilizamo-nos de autores como Abramowicz e Oliveira (2012), Abramowicz (2015), Oliveira (2004), Fazzi (2006), Cavalleiro (1998, 2014), Santiago (2014), Trinidad (2011, 2012), dentre outros. O estudo destaca que as crianças negras tendem a negar o seu pertencimento étnico-racial, recusam a sua cor da pele, estabelecem classificações e fazem leituras das desigualdades sócio-raciais. Contudo, esse processo de “captura” não ocorre de forma total, na medida em que as crianças reagem a ele: através das brigas, calando-se, “inventando” novos corpos (pintando o cabelo, alisando-o, etc.), mas sempre resistindo.
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