Hilda: um Furacão Feminino?
DOI:
https://doi.org/10.33662/ctp.v0i01.2636Resumo
Este trabalho tem como objetivo discutir a imagem do feminino na obra de Roberto Drummond. Ao longo da história, vários autores construíram personagens de ficção e nelas inseriram representações variadas do feminino. Sob o olhar literário masculino, as personagens femininas são, muitas vezes, poderosas, persuasivas e corajosas. Parece ser o caso de Hilda Furacão, que na obra homônima representa a imagem da prostituta, alvo de preconceito social, demarcando aquele espaço "marginal". Hilda Furacão rompe com os valores tradicionais dos anos 60 e se transforma em uma personagem que luta pelas igualdades sociais. Simbolicamente, Hilda Furacão era uma ameaça às forças conservadoras. Ela oferecia resistência àqueles que detinham o poder e/ou os privilégios sociais e políticos da época. As mesmas forças conservadoras que apoiaram o Golpe militar de 64, foram as que combateram Hilda Furacão. Esse trabalho pretende, assim, analisar como se constitui a imagem de Hilda Furacão, tendo em vista a possibilidade de representação da construção de uma nova identidade para as prostitutas, por meio das experiências vividas, na ficção, por uma das personagens femininas mais emblemáticas da literatura brasileira.
Palavras-chave: feminino, literatura, conservadorismo.