7. Censo 2010: antigas questões e novos desafios interpretativos à Sociologia da Religião
DOI:
https://doi.org/10.33662/ctp.v0i11.2763Resumo
Este artigo tem por objetivo analisar os dados do Censo 2010 sobre o campo religioso brasileiro,sobretudo o universo cristão (católicos e protestantes), comparando crescimento e decréscimo dosdiversos grupos ao longo dos últimos 30 anos, sem perder, contudo, a perspectiva de crescimentodos espíritas e o decréscimo e/ou estagnação das religiosidades afro-brasileiras, além docrescimento do grupo que se declara sem religião. Sem nenhuma pretensão de apresentar umainterpretação definitiva das novas estatísticas, a abordagem aqui exposta centra-se na identificaçãodas permanências e rupturas dos sentidos desse campo e nos limites impostos aos pesquisadores.Os dados do Censo 2010 apontam três tendências: 1) a proporção de católicos segue a tendência deredução observada nas duas décadas anteriores; 2) o segmento evangélico é o que mais cresceu noBrasil no período intercensitário; e 3) o aumento do número de adeptos do espiritismo e dos semreligião. Quando se fala em aumento da diversidade religiosa no Brasil, é preciso nãodesconsiderar que o segmento cristão possui ampla maioria e que o crescimento evangélico não severifica em todo o segmento de forma homogênea. O aumento dos sem religião não significa,necessariamente, o aumento da descrença religiosa.
Palavras-chave: Censo 2010. Campo religioso. Filiação religiosa.