Chamada Aberta para o Dossiê: "Visualidades urbanas: poder, subjetividades, sociabilidades e o existir citadino"

2025-10-20

Tema: Visualidades urbanas: poder, subjetividades, sociabilidades e o existir citadino

Organizadores:

Andrea Torricella (Universidade Nacional de Mar del Plata, Argentina) 

Eder Cláudio Malta Souza (Universidade Federal de Sergipe, Brasil)

Caterine Reginensi (Ecole Nationale Supérieure d Architecture de Toulouse, França)

Jesus Marmanillo Pereira (Universidade Federal da Paraíba, Brasil)

 

Prazo para Submissão: 30 de Janeiro de 2026 (confira as regras de submissão da TOMO aqui)

Descrição Geral:

Considerando que ser invisível ou visível na cidade é, antes de tudo, confluência de relações de poder, sociabilidades, subjetividades e estratégias de existência citadina, buscamos reflexões sobre o papel das visualidades na produção das desigualdades sociais e a importância das imagens na pesquisa etnográfica. Convocamos trabalhos que entendem a vida urbana como reflexo de situações em que corpos, gestos, vestimentas, representações imaginárias e agências criativas revelam modos pelos quais os sujeitos dinamizam interações e disputas em torno de projetos sobre modos de existir no espaço urbano.

 

As visualidades atravessam os mais diversos âmbitos do cotidiano urbano, desde as práticas juvenis até os repertórios de protesto e identitários. Podem reforçar ou desafiar padrões normativos, considerando as maneiras pelas quais grupos vulneráveis negociam sua visibilidade na cidade por meio de políticas de visualidade, ao mesmo tempo em que lidam com normas que regulam performativamente o que pode ou não aparecer no campo do visível. Procuramos, portanto, refletir sobre a visualidade entendendo-a como gesto, recurso, ação, ritmo, contexto socioorganizacional, representação, ou ainda, leitura e escrita do mundo.

 

Na abordagem etnográfica, imagens e visualidades são recursos fundamentais na compreensão das práticas sociais. Elas documentam uma mensagem ou conceito, sinalizam ações, emoções e processos identitários, permitindo uma leitura mais sensível e complexa das relações sociais – sobretudo porque o visível é também um campo de luta e expressão de subjetividades.

 

Partimos assim, dos estudos de Malta (2024), Marmanillo (2023), Reginensi (2023) e Torricella (2023) quando privilegiam a observação dos atores sociais e de suas práticas artísticas e políticas, no sentido de desafiar lógicas dominantes e promover maneiras de reconhecimento e existência na cidade. Em especial, relacionada as questões étnicoraciais, de gênero, práticas juvenis entre outras dimensões materiais e imateriais que podem ser expressas em termos de imagens e visualidades como mediadoras dessas relações.

 

Referências

 

BEDIN, P.; TORRICELLA, A.; FERRARIO, C. M.; BERARDI, M. Discriminación y violencia de género en la Universidad: Resultados de una encuesta al claustro estudiantil de la Facultad de Psicología de la Universidad Nacional de Mar del Plata. Polémicas Feministas, n. 7, p. 1-19, 2023.

 

MALTA, E. Espaços políticos do consumo: Juventudes, políticas de visualidades e ativismos canábicos. REVISTA TOMO, v. 43, p. e21016, 2024.

 

MARMANILLO PEREIRA, J. Malabaristas urbanos e a narrativa de uma cidade cultural: O que dizem os semáforos de Imperatriz (MA). Teoria e Cultura, v. 18, p. 20-32, 2023.

 

REGINENSI, C. RAPOSO, P. Caminhadas e itinerários entre Rio de Janeiro e Lisboa. Artistas e ativistas urbanos entre sociabilidades e formas de resistir». PONTO URBE, p. 1-32, 2023.

 

TORRICELLA, A., PAGNONE, M., BERTONI, G., y VAZQUEZ LABA, V.; Lo colectivo, la experiencia y la identidad: imaginación feminista de los artivismos y formas alternativas de la producción de conocimiento. Cuadernos del Instituto. Investigación y Experimentación en Arte y Crítica, n. 13, p. 39-47, 2025.