O Feminismo Decolonial de María Lugones: colonialidade, gênero e Interseccionalidade
DOI:
https://doi.org/10.21669/tomo.v42i.17757Palavras-chave:
Interseccionalidade, Colonialidade de genêro, Poder, Opressão, ResistênciaResumo
O estudo aborda as concepções de María Lugones sobre colonialidade de gênero e interseccionalidade, enfatizando sua perspectiva feminista decolonial. Na análise do sistema colonial/moderno de gênero a partir da perspectiva da colonialidade, María Lugones desenvolve a concepção de “colonialidade de gênero”. Em sua teoria crítica do sistema de gênero colonial/moderno enfatiza-se a intersecção de raça, classe, gênero e sexualidade, considerando a “colonialidade de gênero” como característica estrutural das sociedades colonizadas. Assim, na teoria da interseccionalidade, múltiplas formas de opressão constituem relações complexas de poder. Essa perspectiva teórica estabelece uma relação entre as categorias conceituais de gênero, raça, classe e sexualidade. A epistemologia do Feminismo Negro é uma referência para a concepção de interseccionalidade. Na perspectiva decolonial de María Lugones, a compreensão da colonialidade, a noção de gênero e as relações de poder constituem a base da ideia de múltiplas opressões interseccionadas. A teoria interseccional de Lugones mostra as resistências às relações de poder, associadas a experiências e práticas de coalizão.
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