Moda e Decolonialidade: Colonialismo, vestuário e binarismo
DOI:
https://doi.org/10.21669/tomo.v42i.17545Palavras-chave:
Moda, Caminho decolonial, Moda versus indumentária/traje, Gilda de Mello e Souza, Gilberto FreyreResumo
Entendemos que o conceito moda compõe, em seu espectro histórico-sociológico, categorias criadas no seio da “colonialidade do poder”. A um só tempo, a noção de moda associa capacidades intelectuais, produtivas, culturais e espaço-temporais. Assim, perguntamos se há colonialismo nas primeiras publicações sociológicas brasileiras que abordaram a moda, notadamente em Gilberto Freyre e em Gilda de Mello e Souza. O objetivo deste trabalho é questionar como as diversas abordagens sobre o vestuário, desenvolvidas a partir da epistemologia do eixo Norte, legitimam e produzem uma leitura que hierarquiza as relações de roupa, modos e moda, reproduzindo e divulgando a concepção de que o vestir das sociedades não brancas está engessado ou é inferior. Dessa maneira, para verificar as dinâmicas e as lacunas de silenciamentos e apagamentos que o projeto da modernidade impeliu como prática universal, propomos metodologicamente a articulação do movimento decolonial aesthesis para verificar como a modernidade realizou o controle histórico em parceria com o projeto colonial que deslocou e excluiu e tem resultado no sequestro da realidade e a necessidade de evidenciar o que foi expulso da materialidade histórica e da estética da moda.
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