Casamento por troca de status de professoras do Ensino Médio e Fundamental de Nobres - MT
DOI:
https://doi.org/10.21669/tomo.vi37.12983Resumo
O objetivo dessa pesquisa foi investigar se as professoras dos ensinos fundamental e médio escolhem parceiros para casamento de maneira majoritariamente hipogâmica, ou seja, parceiros com statuses inferiores aos seus dependendo do atributo considerado. Esta, também, a hipótese geral da pesquisa, que foi inspirada na teoria do casamento por troca de status (Merton, 1941; Davis, 1941; Schwartz, Zeng e Xie, 2016). Questionários auto administrados foram distribuídos e 48 professoras o responderam, o que produziu o seguinte resultado: as professoras das escolas estaduais e municipais quando se casaram, o fizeram hipergamicamente na perspectiva socioeconômica (62,5%) e hipogamicamente no quesito escolaridade (56,25%), seu principal recurso. Hoje, a condição hipogâmica no recurso escolaridade (64,58%) se mantêm e a condição hipergâmica no que se refere ao status socioeconômico se inverteu, ou seja, passou a ser majoritariamente hipogâmica (62,5%).
Downloads
Referências
Becker, G. S. A theory of marriage: Part I. Journal of Political economy, v. 81, n. 4, p. 813-846, 1973.
Becker, G. S. Altruism in the Family and Selfishness in the Market Place. Econômica, v. 48, n. 189, p. 1-15, 1981.
Becker, G. S. A Treatise on the Family. Harvard: Harvard University Press, 2009.
Cavenaghi, S. Mulheres chefes de família no Brasil: avanços e desafios. Rio de Janeiro: Ens-Cpes, 2018.
Davis, K. Intermarriage in caste societies 1. American Anthropologist, v. 43, n. 3, p. 376-395, 1941.
Davis, K.; Van der oever, P. Demographic foundations of new sex roles. Population and Development Review, v. 8, n. 3, p. 495-511, 1982.
Duflo, E. Women empowerment and economic development. Journal of Economic literature, v. 50, n. 4, p. 1051-79, 2012.
Esteve, A. et al. The end of hypergamy: Global trends and implications. Population and Development Review, v. 42, n. 4, p. 615, 2016.
Esteve, A.; García‐Román, J.; Permanyer, I. The gender‐gap reversal in education and its effect on union formation: The end of hypergamy? Population and Development Review, v. 38, n. 3, p. 535-546, 2012.
G1. Cresce proporção de mulheres que são referência nos lares brasileiros, diz IBGE: Percentual de mulheres enquadradas nesta condição em domicílios particulares saltou de 30,6% para 40,5% entre 2005 e 2015. 2016. Disponível em: < https://g1.globo.com/economia/noticia/cresce-proporcao-de-mulheres-que-sao-referencia-nos-lares-brasileiros-diz-ibge.ghtml>. Acesso em: 12 out. 2017.
G1. Professores de MT recebem em média 12 vezes menos que deputados estaduais. Média salarial dos professores da rede estadual é de R$ 1.996. Deputados recebem salário de R$ 25,3 mil e mais verbas de gabinete e indenizatória. 2017. Disponível em: < https://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/media-salarial-de-professores-de-mt-e-12-vezes-menor-que-salario-de-deputados-estaduais.ghtml>. Acesso em: 19 mai. 2019.
Goode, W. A Família.São Paulo: Editora Pioneira, 1970.
Giddens, A. Sociologia. Tradução de Alexandra Figueiredo, Ana Patrícia Baltazar, Catarina Lorga, Patrícia Matos e Vasco Gil. 6 Ed., Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2001.
Gomes, I. C. e Paiva, M. L. S. C. Casamento e família no século XXI: possibilidade de holding? Psicologia em Estudo, v. 8, n. spe, p. 3-9, 2003.
Grow, A.; Van Bavel, J. Assortative mating and the reversal of gender inequality in education in Europe: An agent-based model. PloS one, v. 10, n. 6, p. e0127806, 2015.
Hauw, Y. et al. The reversed gender gap in education and assortative mating in Europe. European Journal of Population, v. 33, n. 4, p. 445-474, 2017.
Indeed. Salários: professor do Ensino Fundamental Cuiabá – MT. 2019. Disponível em: < https://www.indeed.com.br/salaries/Professor-de-Ensino-Fundamental-Salaries,-Cuiab%C3%A1-MT>. Acesso em: 12 mar. 2019.
Ibge. Cidades: Nobres/MT. 2018. Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mt/nobres/panorama>. Acesso em: 12 mar. 2019.
Kalmijn, M. Status homogamy in the United States. The American Journal of Sociology, v. 97, p. 496-523, 1991.
______. Assortative mating by cultural and economic occupational status. American Journal of Sociology, v. 100, n. 2, p. 422-452, 1994.
______. Intermarriage and homogamy: causes, patterns, trends. Annual Review of Sociology, n. 24, p. 395-421, 1998.
Lacerda, A. L. R. Em busca dos indicadores biossociais da hipogamia. Estudos de Psicologia, v. 15, n. 1, p. 111-118, 2010.
Mare, R. Five Decades of Educational Assortative Mating. American Sociological Review, v. 56, n. 1, p. 15-32, 1991.
Mattar, F. N. Os estudos de prestígio ocupacional e sua utilização em métodos de estratificação socioeconômicos para marketing e pesquisas de marketing. 2017. Disponível em: < http://www.fauze.com.br/DOCUMENTOS/ Os%20estudos%20de%20prest%C3%ADgio%20ocupacional%20e%20sua%20utiliza%C3%A7%C3%A3o%20em%20m%C3%A9todos%20de%20estratifica%C3%A7%C3%A3o%20socioecon%C3%B4micos%20para%20Marketing%20e%20Pesquisas%20de%20Marketing.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2019.
Merton, R. K. Intermarriage and the social structure: Fact and theory. Psychiatry, v. 4, n. 3, p. 361-374, 1941.
Pines, D. J. The use of wave propagation models for structural damage identification. In: Chang, F. -K. Structural Health Monitoring: current status and perspectives. New York: CRC Press, 1998. p. 665-677.
Schwartz, C. R.; Zeng, Z.; Xie, Y. Marrying up by marrying down: Status exchange between social origin and education in the United States. Sociological Science, v. 3, p. 1003-1027, 2016.
Secretaria de Estado de Educação, Esporte E Lazer. Seduc. MT. Secretaria Adjunta de Políticas de Gestão de Pessoas da Educação. Subsídio dos profissionais da educação básica do Poder Executivo estadual – setembro/2018 – conforme Lei n. 10572/2017 de 04/08/2017 e ordem de serviço n. 30 / 2018 Gab-Sec/ Gestão de 26/09/2018. 2018. Mimeo.
Van Den Berghe, P. L. Human Family Systems, Illinois: Waveland Press, Inc., 1990.
Zordan, E. P.; Falcke, D.; Wagner, A. Casar ou não casar? Motivos e expectativas com relação ao casamento. Psicologia em Revista, v. 15, n. 2, p. 56-76, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista TOMO adota a licença Creative Commons CC-BY 4.0 a qual permite:
-
Compartilhar: copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
-
Adaptar: remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).