Janelas sobre a cidade pandêmica: desigualdades, políticas e resistências
DOI:
https://doi.org/10.21669/tomo.vi38.14280Resumo
O artigo trata da relação entre desigualdade social e os diferentes modos com que a pandemia de Covid-19 atingiu a população urbana no Brasil. Parto de uma observação feita a partir do isolamento social da pesquisadora na cidade e das janelas possíveis para acessar o mundo, fazendo o percurso das janelas do apartamento às janelas das telas, sua multiplicidade e seus enquadramentos restritivos. Desses fragmentos de imagens e sons, manchetes e notícias, postagens nas redes sociais, busco montar uma tela mais compreensível sobre os modos como diferentes populações urbanas foram atingidas pelo vírus, em termos de adoecimento e morte; os modos como o Estado, com seus diferentes aparatos, agentes, serviços, ao mesmo tempo que deveria se destinar a construir políticas da vida, insiste em práticas de soberania e em políticas da morte; e, por último, os modos locais de lidar com a pandemia, através de práticas de cuidado e de cuidado de si, de auto-organização e de resistência em bairros periféricos e comunidades de algumas capitais do país e suas periferias. Desse mosaico emergem cidades, a cidade, como território de desigualdades, resistências e lutas pelo direito à existência.
Palavras-chave: Pandemia. Desigualdade. Políticas. Resistências.
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Referências
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