Das hierarquias internas às lutas por reconhecimento num grupo de travestis amazônico
DOI:
https://doi.org/10.21669/tomo.vi41.15752Palavras-chave:
Travestis, Reconhecimento, Hierarquias, Bairro do rebuto, SiliconeResumo
Este trabalho, resultado de dissertação de mestrado, propõe-se a realizar um estudo sobre a trajetória de um grupo de travestis que se prostitui no bairro do Reduto, na cidade de Belém, PA, que luta, internamente, por reconhecimento identitário. As categorias criadas pelo grupo, de modo a classificar quem pode ou não ser travesti, são as responsáveis por tais conflitos, que vão do simbólico ao físico. Esse exercício é o de poder ser quem o que se pretende, sem necessitar de validação. Foram utilizados o método etnográfico e a observação participante de modo a problematizar o cotidiano das interlocutoras, bem como inserir o pesquisador naquele ambiente. As conclusões indicam que os embates surgidos no interior do grupo são resultado direto de um não reconhecimento identitário interno, que por sua vez é consequência de uma recusa social mais ampla, além da exclusão de direitos territoriais para a prática da prostituição.
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