Juventude e participação política em contextos adversos: o caso do Conselho Estadual de Juventude do Rio Grande do Norte
DOI:
https://doi.org/10.21669/tomo.v43.21211Palavras-chave:
Juventude, Participação Política, Instituições Participativas , Políticas Públicas, Conselho Estadual de JuventudeResumo
Na esteira da institucionalização da juventude enquanto categoria social e política através do surgimento da Política Nacional de Juventude, especificamente do fortalecimento das Instituições Participativas, o Governo do Rio Grande do Norte (RN) através da Secretaria Extraordinária de Juventude (Sejurn) iniciou em 2015 o processo de mobilização e construção do Conselho Estadual da Juventude (Cejuv). Entretanto, até a efetivação do Conselho em 2019, existiram dinâmicas e desafios que redirecionaram as ações políticas, fazendo com que esse processo não fosse retilíneo. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo analisar como as organizações de juventude aproveitaram as mudanças de governo e como as estruturas relacionais podem explicar a dinâmica que possibilitou o processo de efetivação do Cejuv em um contexto nacional adverso à participação. A metodologia está ancorada na abordagem qualitativa. Através da análise de documentos e conteúdos no Diário Oficial do Estado e nos sites oficiais do Governo e da Secretaria e da realização de entrevistas com atores fundamentais nesse processo, observamos que a vontade política foi influenciada pela capacidade de articulação e agenciamento dos ativistas e movimentos sociais que configuraram a estrutura relacional do campo político em questão.
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