A "ENGRAÇADA” LÍNGUA DE PRETO

RACIALIZAÇÃO DA LINGUAGEM DOS ESCRAVIZADOS NA PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO (1822/1889)

Autores

  • Carlos Eugênio Soares de Lemos Universidade Federal Fluminnse

Palavras-chave:

Língua de preto; Colonialidade; Escravidão.

Resumo

Ao longo do século XIX, a racialização da linguagem dos escravizados, estereotipada como “língua de preto”, foi uma prática discursiva  da classe senhorial e/ou das elites letradas fluminenses para inferiorizarem os negros, relegando-os à ordem de uma impossibilidade civilizatória.  Baseado numa abordagem historiográfica que concebe o escravizado como agente social, na história sociopolítica dos contatos linguísticos e na Análise dialógica do discurso, esse artigo problematiza a racialização da linguagem como uma prática discursiva da classe senhorial para desumanizar o negro escravizado e fazer valer o plano de unidade linguística que alimentava a ideologia de uma identidade nacional branca. Por fim, concluímos  que diferente da  previsão das elites letradas, a “língua de preto” enriqueceu a dinâmica das identidades culturais brasileiras.

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Publicado

2025-01-07

Como Citar

Soares de Lemos, C. E. (2025). A "ENGRAÇADA” LÍNGUA DE PRETO: RACIALIZAÇÃO DA LINGUAGEM DOS ESCRAVIZADOS NA PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO (1822/1889). Horizontes Históricos, 9(2), 293–312. Recuperado de https://periodicos.ufs.br/HORIZONTES/article/view/21758