DA IDEALIZAÇÃO À MISOGINIA: O RETRATO DA MULHER SATIRIZADA EM CANTIGAS DE D. AFONSO X E NA PINTURA DO SÉCULO XVI
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v12i25.p212-227Palavras-chave:
Idade média, renascimento, mulher, poesia, pinturaResumo
A literatura não é um fenômeno estático, ela está sujeita a mutações e rupturas. Logo, o conceito de belo, na literatura medieval, que inspirou a ideia de “mulher ideal” sofreu modificações e, consequentemente, também, transformações ocorreram no que diz respeito às concepções platônicas do perfil feminino, quando comparamos os gêneros lírico e satírico. Na Idade Média, no ambiente palaciano, surgiram as cantigas satíricas, formas literárias que refletiram com veracidade problemas, preocupações e conceitos morais do tempo, por uma visão sardônica (sarcástica, maldosa), como fez D. Afonso X, em suas cantigas profanas. Esses conceitos não se restringiram às temáticas literárias, alcançaram também as telas dos artistas renascentistas. Neste estudo, portanto, tratou-se, justamente, do retrato da mulher satirizada nas cantigas de D. Afonso X e nas pinturas do século XVI, a partir da obra Velha, de Quentin Massys e Leonardo da Vince. Comprovou-se que, nas suas diferentes formas, poesia e pintura convergem para o mesmo ponto: a mulher satirizada, com a aparência ridicularizada e o caráter distorcido.
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