O horror em “Morto não fala”

da literatura para a tela

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51951/ti.v14i30.p114-128

Palavras-chave:

Literatura. Cinema. Horror. Estudos Culturais.

Resumo

O presente artigo objetiva analisar o horror social presente no conto Morto não fala, de autoria de Marco de Castro, e em sua respectiva adaptação cinematográfica, do diretor Dennison Ramalho, ao mesmo tempo em que se busca perceber suas semelhanças e diferenças narrativas. Para tal, parte-se do campo dos Estudos Culturais, compreendendo o potencial representacional e pedagógico presente em ambos os artefatos culturais. Em termos metodológicos, se adota uma postura transmetodológica, com usos da análise cultural, análise do discurso, metodologia visual crítica e da etnografia em tela. Nota-se a íntima e rica relação entre literatura e cinema, tão prolífica a ponto de possibilitar reflexões e lições no tocante à problemáticas sociais contemporâneas. A adaptação de Morto não fala caminha lado a lado com o conto em muitos aspectos, embora diferencie-se em outros pontos e mesmo transcenda em determinadas questões desenvolvidas de forma mais profunda. Em termos narrativos, e pensando os elementos presentes em ambos, percebe-se uma similaridade, além disso, ambos se enquadram como pertencentes ao gênero do horror. De modo geral, pode-se conceber que ambos se apresentam como ricos, pois, a partir de seu horror, propõem percepções e reflexões sobre nós mesmos e sobre o mundo que nos rodeia.

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Biografia do Autor

Lucas Bitencourt Fortes, Universidade Luterana do Brasil - ULBRA

Doutorando e Mestre em Educação pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil.

Carolina Marcon dos Santos, Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

Graduanda em Licenciatura em Psicopedagogia pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI), Guaíba, Rio Grande do Sul, Brasil.

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Publicado

11-07-2024

Como Citar

FORTES, Lucas Bitencourt; SANTOS, Carolina Marcon dos. O horror em “Morto não fala”: da literatura para a tela. Travessias Interativas, São Cristóvão-SE, v. 14, n. 30, p. 114–128, 2024. DOI: 10.51951/ti.v14i30.p114-128. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/Travessias/article/view/n30p114. Acesso em: 7 set. 2024.

Edição

Seção

Literatura e cinema: questões de adaptação cinematográfica