A arte de produzir efeito sem causa
narrativa e transposição para o cinema em “Quando eu era vivo”
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v14i30.p145-153Palavras-chave:
Literatura. Romance. Cinema. Adaptação.Resumo
Quando obras literárias são adaptadas para o cinema, é comum ouvirmos indagações sobre a fidelidade da nova obra em relação àquela que poderíamos chamar de “original”. Por muito tempo existiu e, ainda existe, uma cultura em que se preza por um suposto fazer que mantenha a lealdade entre a adaptação e o conteúdo que a inspirou. Tal tradição estaria fadando o cinema ao fracasso, se não fosse pelo fato de que os roteiristas dispõem de liberdade criativa ao fazer a adaptação de uma obra. Partindo dessa concepção, a presente pesquisa abordará a adaptação cinematográfica do romance “A arte de produzir efeito sem causa”, de Lourenço Mutarelli, por Marco Dutra, transposto para o cinema em 2014, sob o título de “Quando eu era vivo”. Objetiva-se, aqui, analisar os elementos constitutivos da narrativa das duas obras. Para tanto, será feita uma leitura comparativa entre as produções literária e fílmica, considerando-se as particularidades da linguagem de cada uma. Ambas as obras apresentam uma leitura em que fica a cargo de o leitor/espectador preencher as lacunas deixadas propositalmente, seja através da palavra ou da imagem. Dessa forma, fica evidente que cada uma das artes expõe, à sua maneira e de forma independente, múltiplas interpretações, sem deixar esgotar suas possibilidades.
Downloads
Referências
ANDERSON, Ney. Lourenço Mutarelli de corpo inteiro. Angústia Criadora. Entrevista concedida em 26/11/2014. Disponível em: http://www.angustiacriadora.com/2014/11/lourenco-mutarelli-de-corpo-inteiro. Acesso em: 22 ago. 2023.
BRITO, João Batista de. Literatura no cinema. São Paulo: Unimarco, 2006.
CAMERINO, Vincenzo (Ed.). Cinema e Letteratura. Manduria: Barbieri Editore, 2002.
CANDAU, Joël. Memória e identidade. Trad. Maria Letícia Ferreira. São Paulo: Contexto, 2011.
CAPENA, Laura. Quando Eu Era Vivo. Revista Interlúdio, Ano Vll. Segunda-feira fev 3, 2014. Disponível em: http://www.revistainterludio.com.br/?p=6828. Acesso em: 26 ago. 2023.
CARVALHAL, T. F. O próprio e o alheio: ensaios de literatura comparada. São Leopoldo: Editora da Unisinos, 2003.
CORSI, Margarida da Silveira. Relações dialógicas possíveis entre cinema e literatura: uma leitura da ideologia romântica de O Guarani. Itinerários, Araraquara, n. 39, p. 139-156, jul./dez. 2014. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/7593. Acesso em: 15 set. de 2023.
CHATMAN, Seymour. “What Novels Can Do That Films Can’t (and Vice-Versa)”. In: MAST,Gerald et al. (eds.) Film theory and criticism. Oxford: Oxford University Press, 1992.
HUTCHEON, L. Uma teoria da adaptação. Tradução André Cechinel. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2011.
MUTARELLI, Lourenço. A arte de produzir efeito sem causa. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
QUANDO Eu Era Vivo. Direção de Marco Dutra. Rio de Janeiro: Camisa Treze e RT Features, 2014. Português. (Estéreo, Dolby), (105min.).
SARMENTO, Rosemari. A Narrativa na Literatura e no Cinema. Revista Travessias, Paraná v. 6, n. 1, 2012.
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Petrópolis RJ: Vozes, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Travessias Interativas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons BY-NC-ND 4.0 International, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista, desde que não seja para uso comercial e sem derivações.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.