A arte de produzir efeito sem causa
narrativa e transposição para o cinema em “Quando eu era vivo”
DOI :
https://doi.org/10.51951/ti.v14i30.p145-153Mots-clés :
Literatura. Romance. Cinema. Adaptação.Résumé
Quando obras literárias são adaptadas para o cinema, é comum ouvirmos indagações sobre a fidelidade da nova obra em relação àquela que poderíamos chamar de “original”. Por muito tempo existiu e, ainda existe, uma cultura em que se preza por um suposto fazer que mantenha a lealdade entre a adaptação e o conteúdo que a inspirou. Tal tradição estaria fadando o cinema ao fracasso, se não fosse pelo fato de que os roteiristas dispõem de liberdade criativa ao fazer a adaptação de uma obra. Partindo dessa concepção, a presente pesquisa abordará a adaptação cinematográfica do romance “A arte de produzir efeito sem causa”, de Lourenço Mutarelli, por Marco Dutra, transposto para o cinema em 2014, sob o título de “Quando eu era vivo”. Objetiva-se, aqui, analisar os elementos constitutivos da narrativa das duas obras. Para tanto, será feita uma leitura comparativa entre as produções literária e fílmica, considerando-se as particularidades da linguagem de cada uma. Ambas as obras apresentam uma leitura em que fica a cargo de o leitor/espectador preencher as lacunas deixadas propositalmente, seja através da palavra ou da imagem. Dessa forma, fica evidente que cada uma das artes expõe, à sua maneira e de forma independente, múltiplas interpretações, sem deixar esgotar suas possibilidades.
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