A tradução intersemiótica sobre a morte de Ofélia na tragédia, pintura e cinema
uma reflexão sobre a relação do feminino com a morte
DOI :
https://doi.org/10.51951/ti.v14i30.p214-225Mots-clés :
Ofélia. Pintura. Tragédia. Cinema. Tradução Intersemiótica.Résumé
Este trabalho discute a cena da morte de Ofélia, a partir das representações visuais dela na tragédia Hamlet, como uma manifestação artística proporcionadora de ressignificações singulares na pintura e no cinema. Para tanto, aborda o corpus – além da tragédia Hamlet, o quadro Ophélia, do pintor John Everett Millais, e o filme Ophelia (2018), da diretora Claire McCarthy – como escrituras (BARTHES, 2004) cujos sentidos se tornam móveis pelas relações que mantêm entre si. Assim, analisa-se a tradução intersemiótica (PLAZA, 2003) da tragédia para a pintura e da pintura para o cinema, observando-se como essas duas formas de intertextualidade (KRISTEVA, 1974) preservam a imagem poética (NITRINI, 2021), gerada pelo olhar estético do leitor sobre a morte de Ofélia. Dessa forma, as análises dos textos se dão, baseadas na visão da Literatura Comparada, enquanto um recurso crítico e analítico (CARVALHAL, 2006), em que os métodos se realizam pelas possíveis interpretações dos objetos. Acredita-se, portanto, que este trabalho se torna relevante porque dá protagonismo a Ofélias diferentes, que se assemelham por serem arquétipos comportamentais cuja beleza da morte atravessa séculos, sendo traduzida de modos distintos, segundo determinadas intenções de construções identitárias femininas.
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