Discutindo “O pagador de promessas”
uma (re) interpretação da adaptação sob o prisma da intolerância religiosa
DOI:
https://doi.org/10.51951/ti.v14i30.p154-166Palavras-chave:
Adaptação. Intolerância religiosa. Sincretismo Religioso. Narrativa cinematográfica.Resumo
A peça de Dias Gomes, O pagador de promessas, lançada em 1960, foi adaptada para o cinema por Anselmo Duarte, dois anos depois. Ao transitar entre a narrativa cinematográfica clássica e o “teatro filmado”, o filme homônimo recrudesceu um debate profícuo entre o cinema clássico e o moderno e suas incursões nas temáticas da desigualdade social e da intolerância religiosa. Este artigo analisa na obra cinematográfica como se deu a adaptação dos conceitos de intolerância religiosa e sincretismo religioso, sobre mito e construção simbólica, expressos na batalha de seu protagonista em cumprir sua promessa. Problematizando o conceito de adaptação, adotando o princípio do hipertexto cinematográfico e tencionando os debates em torno da narrativa cinematográfica, buscamos suporte na análise fílmica de conteúdo decompondo o filme em cenas essenciais do trato com a dimensão da intolerância religiosa e sua atualidade no Brasil. Verificou-se que as composições narrativas do filme não são “teatro filmado” posto que a diversidade de planos, a métrica e rítmica da sua montagem clássica jamais poderia ser replicada no teatro. Ainda que o texto original seja uma peça, sua inventividade sinalizou uma riqueza narrativa sem igual que torna atuais os debates acerca da intolerância religiosa.
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