Do Bem-Viver de Ailton Krenak ao Porã-Poranga de “Meu tio, o Iauaretê”
cosmopoeticas em tradução
DOI :
https://doi.org/10.47250/intrell.v40i1.p21-44Mots-clés :
Ailton Krenak, Bem Viver, Porã-Poranga, Iauaretê, Guimarães RosaRésumé
Em junho de 2020, Ailton Krenak foi convidado pelo Projeto Educar para a Sustentabilidade da Escola para falar sobre o Bem Viver (Buen Vivir em espanhol ou Sumak Kawsay em quechua). Os principais aspectos abordados durante a live deram origem ao ebook Caminhos para a cultura do Bem Viver, disponibilizado gratuitamente pelo autor. Em sua tradução cultural do princípio do Bem Viver, Krenak mobiliza cosmovisão que, como procuramos observar, permite leitura outra, por equivocação controlada (Viveiros de Castro), dos termos do tupi-guarani Porã e Poranga; que repercutem na expressão cotidiana guarani – iko porã, e que se fazem centrais na construção do imaginário do ex-onceiro no conto “Meu tio, o Iauaretê”, de Guimarães Rosa.
Téléchargements
Références
ÁVILA, M. T. e TREVISAN, R. G. Jaguanhenhém: um estudo sobre a linguagem do Iauaretê. Revista Magma, São Paulo, v. 22 n. 12, p. 297-335, 2015.
CABRAL, S. A. S.; MEDEIROS, S. Cinema ameríndio: silêncio e esquiva em tradução. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 41.2, p. 328-361, 2021.
CALOBREZI, E. T. Morte e alteridade em Estas estórias. São Paulo: Edusp, 2001.
CAMPOS, H. A linguagem do Iauaretê. In Metalinguagem & outras metas. Petrópolis, Vozes, [1967] 2010, p. 57-64.
CORGOZINHO FILHO, J. A. A tela gotejante do Iauaretê. In DUARTE, L. P. et al. (org.). Veredas de Rosa. Belo Horizonte: CESPUC, 2000, p. 289-298.
GALVÃO, Walnice. O impossível retorno. Língua e literatura, São Paulo, n. 4, p. 517-537, 1975.
KRENAK, Ailton. Caminhos para a cultura do Bem Viver. Ebook, 2020. Disponível em: http://www.culturadobemviver.org
MARQUES, D. Devir em ‘Meu tio o iauaretê’: um diálogo Deleuze-Rosa. 16° COLE. 2007, p. 1-7. Disponível em: http://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem14pdf/sm14ss04_07.pdf. Acesso em 25 de agosto de 2021.
MÜLLER, A. Tradução e perspectiva em Guimarães Rosa. In A imagem sob a imagem: ensaios sobre arte e literatura. Niterói, Eduff, 2022.
PERRONE, C. Notas para facilitar a leitura de “Meu tio o iauaretê”. Hispania, Madri, n. 91.4, p. 765-773, 2008.
PINTO, U. S. C. “Meu tio o iauaretê”: o retorno poético. Literaterras, UFMG, 2003.
PISSOLATO, E. Dimensões do bonito: cotidiano e música mbya-guarani. Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 2.2, p. 35-51, 2008.
PIZZI, A. P. Literatura, subjetividade e xamanismos: uma perspectiva para Meu Tio o Iauaretê. Dissertação de mestrado, UFSC, 2012.
ROSA, G. Meu tio, o Iauaretê. Revista Senhor, Rio de Janeiro, ano 3, número 3, de março de 1961, p. 65-78. [Fac-símile disponibilizado por Adalberto Müller].
SÁ, L. O índio muda de voz: Gaspar Ilóm e Meu Tio o Iauaretê. Romance Languages Annual, Indianápolis, n. 4, p. 564-569, 1992.
SÁ, L. Virar onça para vingar a colonização: “Meu tio o lauaretê”. In: L. CHIAPPINI e M. VEJMELKA. Espaços e caminhos de Guimarães Rosa. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 2009.
SANTOS, B. S. O fim do império cognitivo: afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
SIMÕES, I. J. G. “Meu tio o iauaretê” - um enfoque polifônico. Língua e literatura, São Paulo, n. 5, p. 131-151, 1976.
SPREBER, S. F. A virtude do jaguar: mitologia grega e indígena no sertão roseano”. Remate de Males, Campinas, n. 12, p. 89-94, 1992.
VIALETO, V. C. L’architecture de la voix fictionnelle amérindienne. Tese de doutorado. Paris, Sorbonne Nouvelle, 2021.
VIVEIROS DE CASTRO, E. Araweté: os deuses canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar/Anpocs, 1986.
VIVEIROS DE CASTRO, E. A antropologia perspectivista e o método de equivocação controlada. Tradução de Marcelo Giacomazzi Camargo e Rodrigo Amaro. Aceno – Revista de Antropologia do Centro-Oeste, Cuiabá, p. 247-264, 5 (10), 2018a.
VIVEIROS DE CASTRO, E. Rosa e Clarice, a fera e o fora. Revista Letras, Curitiba, n. 98, p. 9-30, 2018b.