UMA REFLEXÃO ACERCA DA IDEIA DE PLURALIDADE EM BAKHTIN
Vicente Fiscina
Secretaria de Estado da Educação, Desporto e Cultura de Sergipe
Abstract
Por Vicente Fiscina[1].
O objetivo desta comunicação restringe-se a tentar retratar o surgimento da ideia de pluralidade como consequência dessa vivência assumida por Bakhtin; tentar ainda compreender uma aura de “utopia” no que ele chamará de “mundo polifônico”. Tal objetivo será situado através de uma abordagem histórica no contexto do citado autor, justamente visando enfatizar como sua história esteve vinculada ao surgimento de suas ideias, sobretudo suas ideias filosóficas. Vale destacar ainda outros conceitos desenvolvidos por Bakhtin que induzem a uma ideia de pluralidade, a saber, o conceito de polifonia e de carnavalização que trazem à tona o que ele determinará de “multiplicidade de vozes plenivalentes” bem como a ideia de “consciências independentes e não fundíveis” sempre no âmbito do diálogo tomado infinitamente e que de alguma maneira refletirão na concepção de pluralidade esboçada. O termo da polifonia, atente-se, não deve ser confundido apenas como um mero universo de muitas vozes, mas um universo no qual todas as vozes possuem um mesmo poder, um universo no qual cada voz tem a mesma relevância, um universo “equipolente” ou “equivalente”, no entender de Bakhtin. Nesse sentido, mesmo Bakhtin não tendo aprofundado uma apreensão mais delicada a respeito desse termo, somos induzidos a perceber que sua compreensão filosófica teria transformado tal termo em uma categoria filosófica relevante para a identidade e constituição de suas ideias filosóficas, sobretudo no tocante à pluralidade.
Palavras-chaves: pluralidade – polifonia – carnavalização – diálogo – utopia.
[1] Mestrando em filosofia pela Programa de Pós-Graduação de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe (PPGF/UFS) e professor de filosofia da educação básica da rede estadual de Sergipe (SEDUC/SE); orientador prof. Dr. Romero Venâncio. E-mail: vicentefiscina@outlook.com.