A CRUZADA DA PURIFICAÇÃO NACIONAL CONTRA A BOSSA NOVA: ECOS DE UM DEBATE

Autores

  • Adalberto Paranhos

DOI:

https://doi.org/10.32748/revec.v4i1.9507

Resumo

Tempos atrás, Elomar, o cantador das caatingas, exprimiu toda a sua insatisfação em relação à Bossa Nova, um caso explícito, segundo ele, de “puxa-saquismo cultural” de quem resolveu “jazzar o samba” para entrar no mercado norte-americano. Este artigo procura evidenciar que ouvir Elomar falar equivale a comprar um bilhete para uma viagem sem volta rumo ao passado, pois suas palavras representam, sob vários aspectos, um eco tardio de argumentos esgrimidos por nacionalistas ferrenhos, a exemplo do pesquisador e jornalista José Ramos Tinhorão e outros mais. No rastro do sucesso da Bossa Nova, entre o fim dos anos 1950 e a década de 1960, a reação se instalou e estalou, pondo em movimento uma verdadeira cruzada de purificação da música popular brasileira, uma versão à moda da casa de uma espécie de “nazismo cultural”. Este texto, escrito fora dos padrões acadêmicos mais ortodoxos, mergulha, a partir da crítica às formulações de Elomar, no debate do período em torno da Bossa Nova. Dirigido especialmente a não iniciados na matéria, ele, tal como aparece aqui, é um fragmento inicial de um longo artigo, publicado em 1990,
sem nunca haver chegado até hoje aos meios de comunicação digital.


Palavras-chave: Samba e jazz. Bossa Nova. Nacionalismo musical.

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Publicado

2018-07-02

Como Citar

Paranhos, A. (2018). A CRUZADA DA PURIFICAÇÃO NACIONAL CONTRA A BOSSA NOVA: ECOS DE UM DEBATE. Revista De Estudos De Cultura, (10), 19–36. https://doi.org/10.32748/revec.v4i1.9507