PRÁTICAS CORPORAIS NA SAÚDE: POR UMA PEDAGOGIA DA DIFERENÇA NA APRENDIZAGEM DA SAÚDE E DA VIDA
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v12i28.10138Resumo
Ensaio teórico sobre a associação entre conhecimentos e práticas na saúde e da Educação Física e os efeitos pedagógicos para a afirmação do corpo como superfície na qual se inscreve a identidade contemporânea e parte dos padrões de saúde e performance física considerada normal. Na construção do artigo, mobiliza-se bases epistêmicas de produções selecionadas do campo da saúde coletiva e das ciências sociais e humanas que auxiliam na problematização das práticas vigentes e na proposição, a partir da ideia força da integralidade em saúde, uma pedagogia nômade e plural que se expressa no reconhecimento do corpo como singularidade e, sobretudo, na possibilidade de que assim seja constituído pelas lógicas do cuidado, com base na produção que se identifica como "práticas corporais", termo que carrega em si uma série de significados atrelados às singularidades das pessoas e que se legitima em um conjunto de outros conceitos advindo do campo das ciências humanas no interior de sistemas e serviços de saúde. Uma pedagogia que fortaleça/produza singularidades no corpo, colocando-o em movimento para a produção de saúde e autonomia no andar a vida, é proposta para o cuidado em saúde no encontro singular que o ensaio propõe para conhecimentos e práticas da saúde e da educação física.
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