PRÁTICAS CORPORAIS NA SAÚDE: POR UMA PEDAGOGIA DA DIFERENÇA NA APRENDIZAGEM DA SAÚDE E DA VIDA
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v12i28.10138Abstract
Ensaio teórico sobre a associação entre conhecimentos e práticas na saúde e da Educação Física e os efeitos pedagógicos para a afirmação do corpo como superfície na qual se inscreve a identidade contemporânea e parte dos padrões de saúde e performance física considerada normal. Na construção do artigo, mobiliza-se bases epistêmicas de produções selecionadas do campo da saúde coletiva e das ciências sociais e humanas que auxiliam na problematização das práticas vigentes e na proposição, a partir da ideia força da integralidade em saúde, uma pedagogia nômade e plural que se expressa no reconhecimento do corpo como singularidade e, sobretudo, na possibilidade de que assim seja constituído pelas lógicas do cuidado, com base na produção que se identifica como "práticas corporais", termo que carrega em si uma série de significados atrelados às singularidades das pessoas e que se legitima em um conjunto de outros conceitos advindo do campo das ciências humanas no interior de sistemas e serviços de saúde. Uma pedagogia que fortaleça/produza singularidades no corpo, colocando-o em movimento para a produção de saúde e autonomia no andar a vida, é proposta para o cuidado em saúde no encontro singular que o ensaio propõe para conhecimentos e práticas da saúde e da educação física.
Downloads
References
AYRES, José Ricardo de C. M. Epidemiologia e emancipação. 2ª Ed. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Abrasco, 2002. 231p.
BAGRICHEVSKY, Marcos et al. Desigualdades sociais em saúde e práticas corporais: um exercício singular de análise.Saude soc., Jun 2013, vol.22, no.2, p.497-510. ISSN 0104-1290
BRASIL. MINISTÉRIO DO ESPORTE. Diagnóstico Nacional do Esporte - Diesporte - Caderno I. Brasília - DF: 2015. Disponível em: <http://www.esporte.gov.br/diesporte/diesporte_grafica.pdf>.
____. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - VIGITEL. [s.l.] Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: < http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/02/vigitel-brasil-2016.pdf>
BUENO, Alessandra. X. Entre o fazer e o registrar da Educação Física no NASF : a relação conflitante entre a Classificação Brasileira de Ocupações e os procedimentos possíveis de registro pelo Profissional de Educação Física. [Dissertação de mestrado] PPGCMH: UFRGS, 2012.
CARVALHO, Maria Claudia V.S.; LUZ, Madel T. Health practices, constructed meanings and senses: theoretical instruments to help the interpretative analysis. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.13, n.29, abr./jun. 2009. p.313-26.
CARVALHO, Yara M. Educação Física e Saúde Coletiva: Uma introdução. IN: LUZ, Madel T. Novos Saberes e Práticas em Saúde Coletiva: Estudos sobre racionalidades médicas e atividades corporais. 3 ed. - São Paulo: Hucitec, 2007.
CARVALHO, Yara M. As práticas corporais como práticas de saúde e de cuidado no contexto da promoção de saúde. Tese (Livre-Docência) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
CARVALHO, Yara M.; Manoel, Edison de J. A survey of body practices and primary health care in a district of São Paulo, Brazil. Motriz: rev. educ. fis., Mar 2015, vol.21, no.1, p.75-83.
CASTELLANI FILHO, Lino.; CARVALHO, Yara. M. Ressignificando o esporte e o lazer nas relações
com a saúde. In: CASTRO, A.; MALO, M. (Org.). SUS: ressignificando a promoção da saúde.
São Paulo: Hucitec, 2006. p. 208-222.
CECCIM, Ricardo. B.; FERLA, Alcindo. A. Educação e saúde: ensino e cidadania como travessia de fronteiras. Trabalho, Educação e Saúde, v. 6, n. 3, p. 443–456, 2008.
CECILIO, Luis Carlos O.; MATSUMOTO, N. F. Uma taxonomia operacional de necessidades de saúde. In: PINHEIRO, R.; FERLA, A. F.; MATTOS, R. A (orgs.). Gestão em Redes: tecendo os fios da integralidade em saúde. Rio Grande do Sul: Rio de Janeiro: EdUCS/UFRS: IMS/UERJ: CEPESC, 2006. 112p.
CUNHA Junior, Carlos Fernando F. da. Práticas corporais em Juiz de Fora (1876-1915). Pro-Posições, Dez 2011, vol.22, no.3, p.51-66.
FERLA, Alcindo A. Saúde e doença: doisfenômenos da vida. In: A atenção integral e a produção do cuidadoemsaúde. Belém: SESPA, 2005. p. 10-33.
____. Clínica em Movimento: Cartografias do Cuidado em Saúde. 1a ed. Caxias do Sul: EDUCS, 2007.
FOUCAULT, Michael. Microfísica do Poder. 7a ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.
GONZÁLEZ, Fernando. J. Bases Sociais das Disposições Para o Envolvimento em Práticas de Movimento Corporal no Tempo Livre. 1. ed. Porto Alegre: Orquestra, 2013. v. 1000. 569p
____. Práticas Corporais e o Sistema Único de Saúde: Desafios para a intervenção profissional. In: Práticas Corporais no Campo da Saúde: uma política em formação. Ivan Marcelo Gomes, Alex Branco Fraga, Yara Maria de Carvalho (Orgs). Porto Alegre: Rede Unida. 2015. p. 135-162. Disponível em: < http://historico.redeunida.org.br/editora/biblioteca-digital/serie-interlocucoes-praticas-experiencias-e-pesquisas-em-saude/praticas-corporais-no-campo-da-saude-uma-politica-em-formacao-pdf>
HALLAL, Pedro. C. et. al. Avaliação do programa de promoção da atividadefísica Academia da Cidade de Recife, Pernambuco, Brasil: percepções de usuários e não-usuários. Cad. SaúdePública, Rio de Janeiro, n. 26, v. 1, 2010, p. 70-78.
____ et. al. Time trends of physical activity in Brazil (2006-2009). Rev Brasileira de Epidemiologia. 2011; 14(3): p.53-60.
KOKUBUM, Eduardo. Programa de atividade física em Unidades Básicas de Saúde: relato de experiência no município de Rio Claro-SP. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, n. 1, v. 12, 2007, p. 45-53.
LAZZAROTTI FILHO, Ari. et al. O termo práticas corporais na literatura científica brasileira e sua repercussão no campo da educação física. Movimento, v. 16, n. 1, p. 11–29, 2010.
LUZ, Madel. T. Cultura contemporânea e medicinas alternativas: novos paradigmas em saúde no fim do século XX. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 15, n. suppl, p. 145–176, 2005.
____. As instituições médicas do Brasil. 2a ed. Porto Alegre: Rede Unida, 2013.
____. Novos saberes e práticas em saúde coletiva: estudo sobre racionalidades médicas e atividades corporais. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 2007.
MATTOS, Rafael da S.; LUZ, Madel T. Sobrevivendo ao estigma da gordura: um estudo socioantropológico sobre obesidade. Physis [online]. 2009, vol.19, n.2, pp.489-507.
MATTOS, Ruben. A. A integralidade na prática (ou sobre a prática da integralidade). Cadernos de Saúde Pública, v. 20, n. 5, p. 1411–1416, out. 2004.
MATSUDO, Sandra M. et. al. Do diagnóstico à ação: a experiência do Programa Agita São Paulo na promoção do estilo de vida ativo. Revista Brasileira de AtividadeFísica&Saúde, n. 3, v. 13, 2008, p. 178-189.
MELO, Alexandre B. et al. Nível de Atividade Física dos Estudantes de Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo. Journal of Physical Education, v. 27, n. 1, p. 2723, 12 maio 2016.
MENDES, Valéria M. e CARVALHO, Yara M. Sem começo e sem fim ... com as práticas corporais e a Clínica Ampliada*.Interface (Botucatu) [online]. 2015, vol.19, n.54, pp.603-613.
MERHY, Emerson. Saúde. A Cartografia do Trabalho Vivo. São Paulo: Hucitec, 2006.
MORETTI, Andrezza C. et al. Práticas corporais/atividade física e políticas públicas de promoção da saúde. Saude soc., Jun 2009, vol.18, no.2, p.346-354.
PIMENTEL, Giuliano G. A.; OLIVEIRA, Edna R. N.; PASTOR, Aparecida P. Significados das práticas corporais no tratamento da dependência química. Interface (Botucatu) [online]. 2008, vol.12, n.24, pp.61-71.
PINHEIRO, Roseni; FERLA, Alcindo A.; SILVA JUNIOR, Aluísio Gomes. A integralidade na saúde da população. Ciência e Saúde Coletiva [online], vol. 12, n.2, 2007 p.343-349.
OLIVEIRA, Natália. C. et al. Nível de atividade física de mulheres residentes numa região de baixa condição socio-econômica do município de São Paulo-SP. Lifestyle J, n. 1, v. 1, 2011, p. 26-37.
SILVA, Ana Marcia et al. Corpo e experiência: para pensar as práticas corporais. In: FALCÃO, José L. C.; SARAIVA, Maria do Carmo. Práticas corporais no contexto do contemporâneo: (in)tensas experiências. Florianópolis: Copiart, 2009. p.10-27.
TESSER, Charles. D.; LUZ, Madel. T. Racionalidades médicas e integralidade. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, n. 1, p. 195–206, fev. 2008.
TOLFO, Suzana da R.; PICCININI, Valmíria. Sentidos e significados do trabalho: explorando conceitos, variáveis e estudos empíricos brasileiros. Psicologia & Sociedade, v. 19, p. 39–46, 2007.
TONELLI, Leonardo.; OLIVEIRA, Daniel C; BUENO, Alessandra X; FERLA, Alcindo.A. Corpo, movimento e saúde: conexões sob a ótica da complexidade. Revista Saúde em Debate. Rio de Janeiro. 2018. No prelo.
WACHS, Felipe. Educação Física e o cuidado em saúde: explorando alguns viéses de aprofundamento para a relação. Revista Saúde em Redes, v. 3, n. 4, p. 339–349, 2017.
WARSCHAUER, Marcos.; D’URSO, Lourdes. Ambiência e formação de grupo em programas de caminhada. Saúde e Sociedade, v. 18, n. suppl 2, p. 104–107, jun. 2009.
WARSCHAUER, Marcos; Carvalho, Yara M. O conceito “Intersetorialidade”: contribuições ao debate a partir do Programa Lazer e Saúde da Prefeitura de Santo André/SP. Saude soc., Mar 2014, vol.23, no.1, p.191-203.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
À Revista Tempos e Espaços em Educação ficam reservados os direitos autorais pertinentes a todos os artigos nela publicados. A Revista Tempos e Espaços em Educação utiliza a licença https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY), que permite o compartilhamento do artigo com o reconhecimento da autoria.