Os desafios da abordagem bilíngue no espaço/tempo escolar: mediações sígnicas acessíveis para surdos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20952/revtee.v13i32.12293

Resumo

Este artigo trata da inclusão escolar de surdos, considerando a atuação dos professores mediadores na educação infantil e de intérpretes de Libras na universidade. Metodologicamente, aproxima duas pesquisas narrativas realizadas, no âmbito da pós-graduação strictu sensu (mestrado e doutorado), sobre a inclusão escolar de surdos. As pesquisas objetivaram analisar como se constitui o acesso linguístico das pessoas surdas aos conteúdos trabalhados no espaço/tempo escolar em abordagem bilíngue segundo as narrativas dos professores. As pesquisas narrativas consideram o papel do profissional mediador, respectivamente, no ensino fundamental e na educação superior, tendo como referenciais teóricos comuns a educação inclusiva, a surdez como experiência visual e a abordagem bilíngue para surdos. Destacam-se, como resultados destas duas perspectivas de pesquisa, três pontos: 1.O risco de se reduzir a abordagem bilíngue à inserção do professor mediador ou do intérprete de Libras em sala de aula. 2. A necessária constituição de práticas educativas que reconheçam a surdez como uma experiência visual. 3. A carência de mediações sígnicas acessíveis com o uso da Libras e do Português nas instituições educacionais.

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Biografia do Autor

Elizabete Cristina Costa-Renders, Universidade Municipal de São Caetano do Sul. São Caetano do Sul, São Paulo, Brasil.

Pós Doutora (2015) e Doutora em Educação (2012) na área de Ensino e Práticas Culturais pela UNICAMP, com tese desenvolvida sobre a educação inclusiva. Trabalha com a formação de professores no Programa de Pós-Graduação em Educação (mestrado profissional em Educação) da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (2017-atual). É líder do grupo de pesquisa ACESSI (Acessibilidade escolar e inclusão social). Em suas pesquisas, destacam-se temas como: educação inclusiva, formação de professores, desenho universal para a aprendizagem, educação especial, Libras, direitos humanos e epistemologias emergentes. 

Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1219-9382

Amanda Cavalcante de Oliveira, Universidade Municipal de São Caetano do Sul. São Caetano do Sul, São Paulo, Brasil.

Graduada no curso de Pedagogia pela UMESP (Universidade Metodista de São Paulo). Desenvolveu pesquisas na área da Educação, com ênfase em Educação Moral e nos seguintes temas: adolescência, projeto de vida, desenvolvimento moral, valores morais e educação para o trabalho; também realizou pesquisas com ênfase em Alfabetização e Letramento. Foi bolsista de iniciação científica CNPq/PIBIC e membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Psicologia e Educação Moral - GEPPEM, vinculado a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós Graduada em Psicopedagogia pela UMESP; em Educação Especial, com foco em deficiência auditiva, pelo Centro Universitário Claretiano; em LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais - pela Faculdade Educacional da Lapa - FAEL e Surdocegueira pela Faculdade Venda Nova do Imigrantes - Faveni. Mestre em Educação - Mestrado Profissional em Docência e Gestão Educacional da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), com o foco na linha de Formação docente e profissionalidade.

Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8521-5961

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Publicado

2020-05-06

Como Citar

Costa-Renders, E. C., & Oliveira, A. C. de. (2020). Os desafios da abordagem bilíngue no espaço/tempo escolar: mediações sígnicas acessíveis para surdos. Revista Tempos E Espaços Em Educação, 13(32), 1–20. https://doi.org/10.20952/revtee.v13i32.12293

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