Trabalho docente, relações de gênero e adoecimento
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v15i34.18361Palavras-chave:
Educação, Gênero, Processo saúde-doença, Processo de trabalhoResumo
Para além das adversidades que o modo de produção e o processo de trabalho incidem sobre o adoecimento docente, o marcador social de gênero coloca as mulheres em situação de desvantagem e acaba por intensificar o adoecimento. O objetivo desta pesquisa consistiu em analisar o impacto do marcador social gênero no processo saúde-doença relacionado ao trabalho de professoras da rede pública da cidade de Salvador. Quanto ao método trata-se de uma pesquisa empírica, de abordagem qualitativa, fundamentada na perspectiva sócio-histórica. Utilizamos como instrumentos de produção de dados observações diretas e entrevistas semiestruturadas. Participaram do estudo três professoras. Os dados foram transcritos e sistematizados em categorias semânticas segundo a técnica de análise do conteúdo. Os resultados apontaram que as professoras percebem conexões entre o adoecimento e o trabalho, identificam os impactos da precarização da profissão e do processo de trabalho docente, assim como, sinalizam importantes desigualdades na divisão sexual do trabalho doméstico não remunerado. Como conclusões a pesquisa sinaliza que as desigualdades de gênero se imbricam ao adoecimento, e ainda, aponta que a rotina marcada pelo esgotamento do exercício profissional e a sobrecarga do trabalho doméstico não remunerado são entraves para que as professoras possam buscar estratégias de enfrentamento para o adoecimento relacionado ao trabalho.
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