"Estrela no Abismo”
a política nietzscheana de Novo Aeon no confronto de Raul Seixas Com a ditadura civil-militar
DOI:
https://doi.org/10.33662/ctp.v15i2.22346Resumo
Resumo: Trabalhos de caráter jornalístico e memorialístico indicam que o músico brasileiro Raul Seixas foi um leitor atento da obra do autor alemão Friedrich Nietzsche. O intuito desta pesquisa é identificar, a partir da relação entre o livro Ecce Homo do escritor europeu e o disco Novo Aeon do compositor latino-americano, a relação entre a filosofia política nietzscheana e a poética contestatória do cantor baiano. O lançamento do álbum foi acompanhado de perto pela ditadura civil-militar e suas faixas explicitam o ambiente de repressão no Brasil na década de 1970.
Palavras-chave: Raul Seixas. Nietzsche. Novo Aeon. Ecce Homo. Ditadura civil-militar.
Referências
Discos de Raul Seixas:
SEIXAS, Raul. Krig-Ha, Bandolo!. Rio de Janeiro: Philips, 1973. Disponível em: http://abre.ai/bkVl. Acesso em 15 de julho de 2020.
SEIXAS, Raul. Gita. Rio de Janeiro: Philips, 1974. Disponível em: http://abre.ai/bkVt. Acesso em 15 de julho de 2020.
SEIXAS, Raul. Novo Aeon. Rio de Janeiro, Philips, 1975. Disponível em: http://abre.ai/bkVA. Acesso em 15 de julho de 2020.
Livros de Nietzsche:
NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo:
Companhia das Letras, 2001.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra: Um Livro Para Todos e Para
Ninguém. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia de Bolso, 2018.
NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos Ídolos – ou como se filosofa com o martelo. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo – Como Alguém se Torna o que é. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
NIETZSCHE, Friedrich. O Caso Wagner e Nietzsche contra Wagner. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
NIETZSCHE, Friedrich. O Nascimento da Tragédia – ou Helenismo e Pessimismo. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia de Bolso, 2012.
Bibliografia:
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Mérida e no Renascimento – O Contexto de François Rabelais. São Paulo: Editora Hucitec, 2010.
BRITO, Fabiano Lemos. Nietzsche Coprófago. Argumentos. Fortaleza, Ano 11, n. 21, jan./jun. 2019, p. 37-57.
BRITO, Fabiano Lemos. O Ofício da Origem: uma leitura de Sobre o Futuro de Nossos Estabelecimentos de Ensino de Nietzsche. Curitiba: Kotter Editorial, 2016.
DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.
DELEUZE, Gilles. Nietzsche e a filosofia. São Paulo: N-1 Edições, 2018.
DESCARTES, René. Meditações Metafísicas. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
DREIFUSS, René Armand. 1964 – A Conquista do Estado: Ação política, poder e golpe de classe. Petrópolis: Editora Vozes, 1981.
FERREIRA, Jorge; GOMES, Angela de Castro. 1964: O Golpe que derrubou um presidente, pôs fim ao regime democrático e instituiu a ditadura no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
FICO, Carlos. Como eles agiam – Os subterrâneos da Ditadura Militar: espionagem e polícia política. Rio de Janeiro e São Paulo: Editora Record, 2001.
FICO, Carlos. Reinventando o otimismo: Ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1997.
FOUCAULT, Michel. História da Loucura. São Paulo: Editora Perspectiva, 1978.
FRIEDLANDER, PAUL. Rock and Roll: Uma História Social. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006.
HEIDEGGER, Martin. A palavra de Nietzsche “Deus morreu”. In HEIDEGGER, Martin. Caminhos de Floresta. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1998.
HERBERT NETO, Helcio. “A gente ainda nem começou”: Crepúsculo dos Ídolos, Krig-Ha, Bandolo! e o prenúncio de uma nova filosofia. In: VI JORNADA DE PESQUISA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL. Anais... Caxias do Sul, 2020, p. 1 – 14
HERBERT NETO, Helcio. “Choose life”: Futebol como subversão no cinema, entre Trainspotting e T2. In Boletim do Tempo Presente. Aracaju, vol. 10, n. 03, 2021, p. 54 – 68.
HERBERT NETO, Helcio. Conte comigo: Flamengo e democracia. São Paulo: Editora Ludopédio, 2022.
HERBERT NETO, Helcio. Dansa Dyonisiaca: futebol brasileiro, Dionísio nietzscheano. Cadernos Nietzsche. Guarulhos/Porto Seguro, v.42, n.3, setembro/dezembro, 2021, p. 69-88.
HERBERT NETO, Helcio. Grande Resenha Facit e udenismo: uma análise sobre partidarismo no gênero televisivo das mesas redondas no Brasil entre 1966 e 1967. In: Cadernos de História. Belo Horizonte, v. 22, n. 36, 2021, p. 61 – 79.
HERBERT NETO, Helcio. Jogo de Palavras: uma história comparada do comentário esportivo a partir de Resenha Esportiva da Rádio Nacional, na década de 1940, e de Grande Resenha Esportiva Facit, nos anos 1960. Tese de doutorado (História Comparada). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2022.
HERBERT NETO, Helcio. Mittel, Foucault e Nietzsche – Cultura, Genealogia e História. Revista Aproximação, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 19-36, 2019.
HERBERT NETO, Helcio. Programas esportivos de mesa redonda: a questão da autoridade em pauta no gênero. Dissertação (Mestrado em Comunicação). Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2019.
HERBERT NETO, Helcio. Tanto a comentar: método comparado e os comentaristas esportivos no Brasil. In: XIII SIMPÓSIO DE HISTÓRIA COMPARADA. In: Anais... Rio de Janeiro, p. 106 – 123, 2019.
HERBERT NETO, Helcio. Toque de Bola e Constituição Cidadã: o debate sobre o Campeonato Brasileiro de 1988 no gênero das mesas redondas esportivas na televisão. Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v. 11, n. 1, jan./jun. 2022, p. 238- 255.
HOLLINGDALE, R.J.. Nietzsche: uma biografia. São Paulo: Edipro, 2015.
KLOSSOWSKI, Pierre. Nietzsche e o Círculo Vicioso. Rio de Janeiro: Pazulin, 2000.
KUSHNIR, Beatriz. Cães de Guarda – Jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1988. São Paulo: Editora Boitempo, 2004.
LACOUE-LABARTHE, Philippe; NANCY, Jean-Luc. O Mito Nazista. São Paulo: Iluminuras, 2002.
LEBRUN, Gerard. “Quem era Dioniso?”. LEBRUN, Gerard. A filosofia e sua história. São Paulo: Cosac Naif, 2006, p. 355-378.
MACHADO, Roberto. O Nascimento do Trágico – De Schiller a Nietzsche. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006.
MACHADO, Roberto. Zaratustra, Tragédia Nietzschiana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.
MAGALHÃES. Mário. Marighella: O Guerrilheiro que incendiou o mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
MEDEIROS, Jotabê. Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida. São Paulo: Todavia, 2019.
MORAIS, Fernando. O Mago. São Paulo: Planeta, 2008.
MORAIS, Tais; SILVA, Eumano. Operação Araguaia: Os arquivos secretos da guerrilha. São Paulo: Geração Editorial, 2012.
MOTTA, Nelson. Noites Tropicais: Solos, Improvisos e Memórias Musicais. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001.
NAPOLITANO, Marcos. Fontes audiovisuais: A História depois do Papel. In: PINSKY, Carla B. (org.). Fontes históricas. São Paulo: Ed. Contexto, 2005, p. 235-290.
PAIVA, Marcelo Rubens. Eu Ainda Estou Aqui. São Paulo: Alfaguara, 2015.
REIMÃO, Sandra. Repressão e Resistência – Censura a Livros na Ditadura Militar. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2011.
RIDENTI, Marcelo. Em busca do povo brasileiro – artistas da revolução, do CPC à Era da TV. São Paulo: Editora da Unesp, 2014.
SAFATLE, Vladimir. Nietzsche e a ironia em música. In: Cadernos Nietzsche. São Paulo (Unifesp), 2006, n 21, p. 7 - 28.
SAFRANSKI, Rudiger. Heidegger – Um mestre da Alemanha entre o bem e o mal. São Paulo: Geração Editorial, 2005.
SANTOS, Paulo dos. Raul Seixas – A Mosca na Sopa da Ditadura Militar (1973-1974). São Paulo: Scortecci Editora, 2014.
SANTOS, Vitor Cei. Novo Aeon – Raul Seixas no Torvelinho do Tempo. Itabuna: Editora Mondrongo, 2018.
SEIXAS, Raul. O baú do Raul: o diário pessoal e escritos inéditos do maior mito do rock brasileiro. Org. Tárik de Souza. São Paulo: Editora Globo, 1992.
VELOSO, Caetano. Verdade Tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.